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Sea World luta para não deixar um filme afundar seu negócio

Documentário “Blackfish”, que estreou ontem nos Estados Unidos, explora condições das baleias nos parques da empresa

Cena do filme "Blackfish": produção critica práticas do Sea World (Suzanne Allee/Divulgação)

João Pedro Caleiro

Publicado em 20 de julho de 2013 às 08h00.

São Paulo - No dia 24 de fevereiro de 2010, a baleia orca Tilikum estava no meio de uma apresentação no Sea World de Orlando, na Flórida, quando arrastou sua treinadora Dawn Brancheau para o fundo do tanque e a matou na frente de centenas de espectadores chocados.

Nesta sexta-feira, estreou nos cinemas de Nova York e Los Angeles o documentário Blackfish, que examina as condições de baleias em cativeiro e o que as leva a cometer episódios de violência contra humanos, além de contar a história das outras duas mortes associadas a Tilikum.

O SeaWorld não se intimidou e começou um contra-ataque vigoroso: chamou o filme de enganoso e inexato e enviou uma carta para 50 críticos apontando inconsistências. A produtora Magnolia Pictures e a diretora Gabriela Cowperthwaite responderam publicamente rebatendo cada uma das acusações.

Baleias lucrativas

O SeaWorld se recusou a colaborar com a produção do filme, mas agora está colocando executivos e treinadores à disposição da imprensa para dar o seu lado da história. A empresa não quer correr o risco de que a publicidade negativa prejudique sua imagem e afaste sua maré boa de resultados. No ano passado, 24 milhões de pessoas visitaram seus 11 parques e sua receita chegou a quase 1,5 bilhão de dólares – um crescimento de 19% em dois anos.

Fundada em 1959 como parte da cervejaria Anheuser-Busch, a Sea World passou a ser negligenciada após a compra da empresa pela Inbev em 2008 e foi adquirida no ano seguinte pela multinacional de investimentos Blackstone. Em abril deste ano, o Sea World Entertainment estreou na bolsa americana e levantou 702 milhões de dólares.


Passado assombrado

Com o sucesso do IPO, a empresa parecia ter superado definitivamente o verdadeiro pesadelo de relações públicas que viveu após o incidente. O Sea World foi multado em 75 mil dólares e teve que se adequar a novas regulações que limitam o contato entre treinadores e animais na água.

Dois anos depois, a organização de defesa dos direitos dos animais PETA abriu um processo acusando a empresa de violar a Constituição americana ao escravizar as baleias. O caso acabou descartado pela Justiça e o valor da multa foi diminuído para 12 mil dólares. Tilikum voltou a fazer apresentações e o Sea World continuou a ganhar dinheiro.

Blackfish foi exibido pela primeira vez no festival de Sundance em janeiro deste ano e tem recebido críticas entusiasmadas. Sua distribuição será ampliada para outras cidades americanas nas próximas semanas, e a CNN já comprou o filme para uma exibição no dia 24 de outubro.

Assista ao trailer de Blackfish:

//www.youtube.com/embed/G93beiYiE74

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São Paulo - No dia 24 de fevereiro de 2010, a baleia orca Tilikum estava no meio de uma apresentação no Sea World de Orlando, na Flórida, quando arrastou sua treinadora Dawn Brancheau para o fundo do tanque e a matou na frente de centenas de espectadores chocados.

Nesta sexta-feira, estreou nos cinemas de Nova York e Los Angeles o documentário Blackfish, que examina as condições de baleias em cativeiro e o que as leva a cometer episódios de violência contra humanos, além de contar a história das outras duas mortes associadas a Tilikum.

O SeaWorld não se intimidou e começou um contra-ataque vigoroso: chamou o filme de enganoso e inexato e enviou uma carta para 50 críticos apontando inconsistências. A produtora Magnolia Pictures e a diretora Gabriela Cowperthwaite responderam publicamente rebatendo cada uma das acusações.

Baleias lucrativas

O SeaWorld se recusou a colaborar com a produção do filme, mas agora está colocando executivos e treinadores à disposição da imprensa para dar o seu lado da história. A empresa não quer correr o risco de que a publicidade negativa prejudique sua imagem e afaste sua maré boa de resultados. No ano passado, 24 milhões de pessoas visitaram seus 11 parques e sua receita chegou a quase 1,5 bilhão de dólares – um crescimento de 19% em dois anos.

Fundada em 1959 como parte da cervejaria Anheuser-Busch, a Sea World passou a ser negligenciada após a compra da empresa pela Inbev em 2008 e foi adquirida no ano seguinte pela multinacional de investimentos Blackstone. Em abril deste ano, o Sea World Entertainment estreou na bolsa americana e levantou 702 milhões de dólares.


Passado assombrado

Com o sucesso do IPO, a empresa parecia ter superado definitivamente o verdadeiro pesadelo de relações públicas que viveu após o incidente. O Sea World foi multado em 75 mil dólares e teve que se adequar a novas regulações que limitam o contato entre treinadores e animais na água.

Dois anos depois, a organização de defesa dos direitos dos animais PETA abriu um processo acusando a empresa de violar a Constituição americana ao escravizar as baleias. O caso acabou descartado pela Justiça e o valor da multa foi diminuído para 12 mil dólares. Tilikum voltou a fazer apresentações e o Sea World continuou a ganhar dinheiro.

Blackfish foi exibido pela primeira vez no festival de Sundance em janeiro deste ano e tem recebido críticas entusiasmadas. Sua distribuição será ampliada para outras cidades americanas nas próximas semanas, e a CNN já comprou o filme para uma exibição no dia 24 de outubro.

Assista ao trailer de Blackfish:

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