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Schincariol é enterrado em Itu

Foi enterrado nesta terça-feira (19/8), em Itu, interior de São Paulo, José Nelson Schincariol. O empresário paulista é o fundador e dono da Schincariol, empresa dona de 10% do mercado brasileiro de cerveja. Ele morreu nesta madrugada, no hospital Albert Einstein, em São Paulo. Schincariol morre um mês após uma das campanhas publicitárias mais importantes […]

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

Foi enterrado nesta terça-feira (19/8), em Itu, interior de São Paulo, José Nelson Schincariol. O empresário paulista é o fundador e dono da Schincariol, empresa dona de 10% do mercado brasileiro de cerveja. Ele morreu nesta madrugada, no hospital Albert Einstein, em São Paulo.

Schincariol morre um mês após uma das campanhas publicitárias mais importantes já realizadas pela cervejaria estrear na televisão. A nova campanha, que tem o objetivo de anunciar uma nova marca para a cerveja da empresa, está sendo produzida pela América Fischer, do publicitário Eduardo Fischer, e começou com a exibição de comerciais institucionais. O objetivo desse primeiro passo era reforçar para o público a imagem da Schincariol como a de uma empresa grande e sólida. No último fim de semana, dois novos filmes, que não citam a marca Schincariol, começaram a ser exibidos. Em um deles, uma tartaruga anciã, já mais pra lá do que pra cá, relembra, na companhia de um entrevistador, os tempos em que era usada para vender cerveja. Amargurada, ela confessa para o interlocutor que se cansou daquela vida e o comercial termina com a imagem de uma cerveja, ainda sem rótulo.

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Além de ser um ataque direto à Ambev, que durante muito tempo teve a tartaruga, como garota-propaganda da Brahma, o comercial é também o que o mercado publicitário chama de teaser - peça que tem a finalidade de despertar a curiosidade do consumidor dando a ele apenas algumas informações sobre um produto que ainda não está no mercado. Fischer ou qualquer executivo da Schincariol não falaram oficialmente sobre a possível mudança de nome da cervejaria, mas o mercado comenta que a estratégia teria o objetivo de tornar a Schincariol mais forte para disputar o mercado com as marcas da Ambev.

Fundada em 1939, pelo pai de Schincariol, Primo, a cervejaria nasceu como uma fabricante de tubaína. A fabricação de cervejas só começou há treze anos. Naquela época, embora houvesse consumidores demais para cerveja de menos no mercado, a cerveja de Itu era vendida por um preço até 30% inferior aos da concorrência. Segundo versões das empresas rivais, o preço mais baixo da Schincariol era bancado à custa de muita sonegação de impostos. Consultores do mercado de bebidas afirmam que o tamanho adquirido pela empresa torna essa prática impossível.

A Schincariol conta atualmente com seis fábricas e, no ano passado, segundo o anuário Melhores e Maiores de EXAME, alcançou um faturamento de 308 milhões de dólares. Além de duas versões para a cerveja Schincariol e da marca Primus, lançada em meados do ano passado, a cervejaria também tem uma linha de refrigerantes e de águas. Elas responderam por cerca de 25% da receita da empresa em 2001.

Até agora, era Nelson Schincariol quem dava as diretrizes na cervejaria. Não se sabe ainda quem comandará a empresa daqui para frente. O empresário contava com uma diretoria formada por apenas quatro executivos. Entre eles, dois sócios - seu irmão Gilberto e o amigo Francisco Flora Neto, responsável pela área comercial. Seus dois filhos, Alexandre, de 27 anos, e Adriano, de 26, formados em administração de empresas, além de três sobrinhos, filhos do irmão Geraldo, também participavam do dia-a-dia da empresa.

Mais conhecido como senhor Nelson, Schincariol tinha 60 anos e foi baleado por dois homens no final da noite de ontem em Itu, cidade onde a empresa nasceu e até hoje abriga sua sede. Segundo a polícia, Nelson chegou à sua casa, na região central da cidade, por volta das 23h. Foi então rendido por dois homens, assim que desceu do carro na garagem. Testemunhas disseram à polícia que os dois agressores dispararam cinco tiros na direção de Schincariol. Três balas acertaram o empresário. Antes de ser transferido para o Einstein, Schincariol foi levado pelo Corpo de Bombeiros para a Santa Casa de Itu, onde recebeu os primeiros socorros.

As investigações sobre a morte de Schincariol serão feitas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que ouvirá familiares e testemunhas do crime. Ainda não há pistas sobre os assassinos. A polícia suspeita que o empresário tenha sido vítima de assalto com reação, embora nada tenha sido levado.

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