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Santander Brasil comprará GetNet em avanço sobre cartões

Banco anunciou acordo para compra da parceira em uma transação de R$ 1,1 bilhão, que coloca a instituição em posição de rivalizar com Cielo

Banco Santander: Santander Brasil e a GetNet têm desde 2010 uma joint venture, para o desenvolvimento das atividades de adquirência e processamento de cartões (David Ramos/Bloomberg)
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Da Redação

Publicado em 7 de abril de 2014 às 16h33.

São Paulo - O Santander Brasil anunciou nesta segunda-feira acordo para compra da parceira brasileira no mercado de cartões GetNet, em uma transação de 1,1 bilhão de reais, que coloca a instituição em posição de rivalizar com a líder do setor Cielo, afirmou um alto executivo do banco.

O Santander Brasil e a GetNet têm desde 2010 uma joint venture - a Santander GetNet Servicos para Meios de Pagamento (SGS) -- em partes iguais, para o desenvolvimento das atividades de adquirência e processamento de cartões. Com o acordo anunciado nesta segunda-feira, a GetNet será incorporada pela joint venture de forma que a filial brasileira do banco espanhol deterá 88,5 por cento do negócio combinado ao final do processo. O restante ficará com os atuais sócios da GetNet.

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Após a transação, a Santander Getnet Serviços terá também os produtos de processamento de transações e captura da GetNet, além dos serviços de adquirência. Com isso, a empresa vai incorporar atividades como recarga de telefones celulares e correspondente bancário que antes estavam fora da parceria.

A expectativa é que os números da GetNet possam ser incorporados ao balanço do Santander Brasil entre o quarto trimestre deste ano e o primeiro trimestre de 2015, disse o vice-presidente de desenvolvimento de novos negócios do Santander Brasil, Pedro Coutinho, em teleconferência com jornalistas.

O executivo afirmou que a GetNet manterá sua marca e deve elevar a base clientes do Santander Brasil em cerca de 100 mil. Atualmente a GetNet tem mais de 400 mil clientes enquanto o Santander Brasil tem 340 mil no segmento.

Coutinho evitou dar estimativas sobre o percentual que a GetNet representará nos números de faturamento do banco, mas afirmou que o objetivo da empresa é seguir mantendo crescimento acima da média do mercado.


Em 2013, o mercado brasileiro de cartões de pagamento -- crédito e débito -- cresceu 17 por cento, enquanto a operação de cartões do Santander Brasil "cresceu mais do que isso", disse Coutinho.

A GetNet registrou no ano passado mais de 500 milhões de transações no valor de 42 bilhões de reais, encerrando o ano com participação de mercado de cerca de 6 por cento em termos de faturamento. Coutinho disse que após o negócio, a GetNet tem potencial para "crescer até 10 vezes" em termos de número de transações.

A Cielo, que é líder no setor, registrou 4,9 bilhões de operações em 2013, no valor de 448,7 bilhões de reais.

"O Santander Brasil passa a ter uma companhia que pode competir de igual para a igual com a Cielo", disse Coutinho a jornalistas. A Cielo é controlada pelos bancos Bradesco e Banco do Brasil. Além da Cielo, a GetNet compete também com a Rede, controlada pelo Itaú Unibanco.

"A prioridade para os próximos três anos é integrar as duas companhias e ofertar os produtos da GetNet na nossa base de clientes e à base de clientes da GetNet nos interessa oferecer os serviços que existem hoje no banco", disse o executivo.

Dentro dessa perspectiva, a GetNet deve lançar ainda neste mês dois produtos novos, afirmou Coutinho, acrescentando que um deles é voltado a pessoas físicas e pequenas e médias empresas e o segundo voltado apenas a pequenas e médias companhias.

Perguntado se o banco pretende fazer uma oferta pública inicial de ações (IPO) da GetNet após o negócio, o executivo afirmou que uma operação como essa não está nos planos atuais do banco.


Às 16h14, as units do Santander Brasil exibiam alta de 3,73 por cento, enquanto o Ibovespa subia 2,17 por cento.

Um Bilhão Agora

A aquisição da GetNet envolverá o pagamento de 1,104 bilhão de reais, sendo 1,02 bilhão de reais pagos na data do fechamento da operação, e 84 milhões de reais em cinco parcelas anuais.

O negócio precisa da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e do Banco Central do Brasil, sendo que antes de sua conclusão, ainda será feita uma reestruturação societária na joint venture SGS.

Entre as etapas da operação, está previsto um aumento de capital na SGS no valor correspondente ao preço de aquisição da Getnet, totalmente subscrito e integralizado pelo Santander Brasil.

Com a operação anunciada nesta segunda-feira, o Santander Brasil irá reforçar a estratégia e o potencial de crescimento dos negócios de adquirência, disse Coutinho, "com maior flexibilidade na gestão de negócios e maior ganho por meio do aumento de escala, da redução no custo por transação e através da captura de ganhos adicionais com sinergias esperadas pela integração das estruturas operacionais e comerciais".

Ele não deu detalhes sobre potenciais sinergias, mas afirmou que não haverá redução de quadro de pessoal na operação da GetNet, que atualmente emprega 2.700 pessoas, enquanto a parte do Santander na parceria envolve 60 funcionários.

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