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Salário de CEO nem sempre é atrelado à performance na bolsa

Segundo análise do Hay Group, a remuneração total dos presidentes de empresa dos Estados Unidos em 2014 não necessariamente acompanhou o desempenho de suas ações

EXAME.com (EXAME.com)

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Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 24 de junho de 2015 às 12h28.

São Paulo - No geral, a remuneração dos presidentes de companhias abertas tem relação direta com a performance que elas apresentam na bolsa. Mas há exceções, pelo menos nos Estados Unidos, conforme mostra um estudo feito pelo Hay Group e divulgado nesta quarta-feira (24) pelo The Wall Street Journal.

A análise levou em conta a compensação financeira de 300 CEOs e o retorno que eles deram aos acionistas em 2014. O que se descobriu foi que, nas dez empresas que entregaram os melhores resultados no último ano, todos os líderes tiveram seu salário e bônus aumentados. Do outro lado, entre as dez que registraram os piores números, apenas dois presidentes não sofreram cortes na remuneração.

Mas também há dados contraditórios que indicam, segundo o WSJ, que nem todos as boas ideias de uma corporação resultam em pagamentos aos investidores. Ao mesmo tempo, compromissos de longo prazo, por exemplo, podem levar alguns CEOs a ganharem mais mesmo diante de um desempenho anual fraco das ações.

De acordo com o levantamento, só um entre os dez CEOs mais bem pagos de 2014 dirige uma companhia que também se classificou entre as dez primeiras no quesito retorno aos acionistas. Ele é Brent Saunders, presidente da farmacêutica Actavis PLC, que recentemente foi rebatizada de Allergan PLC.

Ao mesmo tempo, dois dos CEOs que tiveram as mais gordas remunerações comandam organizações cujas ações tiveram queda no último ano: Philippe Dauman, da Viacom e Jeff Immelt, da GE.

A título de curiosidade, Satya Nadella, presidente da Microsoft, foi o segundo que mais recebeu no ano passado (uma remuneração total de 84,2 milhões de dólares, sem aumento em comparação com 2013). As ações da gigante de tecnologia subiram 24% no período.

Já Tim Cook, CEO da Apple, aparece na 230ª posição entre os mais bem pagos no ano passado (com uma compensação total de 9,2 milhões de dólares, valor 116% maior do que o recebido por ele em 2013). O preço das ações da companhia subiu 49,4% no período.

Abaixo, veja as 10 companhias que tiveram as melhores e piores performances na bolsa em 2014 e quanto elas pagaram a seus diretores.

Os melhores desempenhos:

Empresa Presidente Retorno aos acionais em 2014 Remuneração total do CEO em 2014 Variação da remuneração (em comparação com 2013)
Rite Aid John T. Standley 292% US$ 8,3 milhões 6,50%
Micron Technology D. Mark Durcan 142% US$ 11,5 milhões 66,10%
Southwest Airlines Gary C. Kelly 126% US$ 5,0 milhões 23,90%
American Airlines W. Douglas Parker 114% US$ 12,3 milhões não se aplica
Delta Air Lines Richard H. Anderson 81% US$ 17,6 milhões 22,40%

Os piores desempenhos:

Empresa Presidente Retorno aos acionais em 2014 Remuneração total do CEO em 2014 Variação da remuneração (em comparação com 2013)
Apache G. Steven Farris -26% US$ 10,2 milhões -9,00%
Freeport-McMoRan Richard C. Adkerson -36% US$ 10,1 milhões -81,70%
Genworth Financial Thomas J. McInerney -45% US$ 2,7 milhões -77,50%
Chicago Bridge & Iron Philip K. Asherman -49% US$ 14,3 milhões -2,90%
Transocean Steven L. Newman -60% US$ 14,2 milhões 2,20%
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