Revisões da Petrobras também contribuem com baixa contábil
No ano passado como um todo, o prejuízo da companhia foi de 34,836 bilhões de reais, ante prejuízo de 21,587 bilhões de reais em 2014
Da Redação
Publicado em 22 de março de 2016 às 14h58.
Rio de Janeiro - A expressiva baixa contábil registrada pela Petrobras em campos de petróleo em 2015 não teve apenas a contribuição dos baixos preços do petróleo , mas também contou com a revisão de expectativas de produtividade de projetos como o campo de Papa-Terra, na Bacia de Campos, e de Lapa, no pré-sal de Santos.
Entretanto, as avaliações não devem impactar as projeções de produção feitas pela companhia no último plano de negócios, que foram traçadas considerando cenários mais realistas, disse nesta terça-feira a diretora de Exploração & Produção, Solange Guedes.
"Aquele plano de negócios (2015-2019) já foi feito com a nossa visão mais realista, das projeções e das entregas desses ativos (de exploração e produção).
O que nós estamos apurando agora é uma questão contábil, relacionado a testes de imparidade", afirmou Solange, em teleconferência com investidores e analistas para comentar os resultados do ano passado, divulgados na véspera.
No ano passado como um todo, o prejuízo da companhia foi de 34,836 bilhões de reais, ante prejuízo de 21,587 bilhões de reais em 2014.
A perda líquida foi ocasionada principalmente por "impairment" de ativos e de investimentos relacionados ao declínio dos preços do petróleo.
A Petrobras teve prejuízo líquido recorde de 36,938 bilhões de reais no quarto trimestre, diante de baixas contábeis de 47,7 bilhões de reais. Somente as baixas em campos de produção de óleo e gás no Brasil somaram 33,7 bilhões de reais.
Papa-Terra foi o campo que mais contribuiu para a baixa contábil na área de E&P, com um total de 8,7 bilhões de reais.
Segundo Solange, além de ser impactado pelas menores projeções futuras de preços do petróleo, o projeto apresentou desempenho de poços inferior ao esperado e será redesenhado até meados de outubro deste ano.
"Não haverá nenhum tipo de mudanças em relação as projeções por causa dos fatos aqui elencados (relacionados a Papa-Terra), estamos trabalhando fortemente, existe uma expectativa real, inclusive, de que a gente possa alcançar um cenário mais otimista do que aquele que a gente planejou", afirmou Guedes.
"Nós fizemos um replanejamento da projeção desse ativo em uma visão bastante realista, mas trabalhamos com um target voltado para uma visão otimista."
O campo de Papa Terra é operado pela Petrobras, com 62,5%, em parceria com a norte-americana Chevron, que detém os demais 37,5%.
Quanto ao campo de Lapa, no pré-sal da Bacia de Santos, a empresa realizou uma baixa contábil de 1,2 bilhão de reais.
Segundo Solange, a baixa esteve mais ligada a questões técnicas identificadas em um reprocessamento sísmico da área.
"Dado de reservatório da área (de Libra) foi submetido a uma reanálise sísmica. (A baixa contábil) não está ligada nem a plataforma e nem a questão de preço (do petróleo)", afirmou.
O consórcio de Lapa é operado pela Petrobras, com 45%, em parceria com as empresas BG (que foi comprada pela Shell), com 30%, e Repsol Sinopec Brasil, com 25%.
Todavia, a diretora de E&P frisou que todos os anos a empresa testa os ativos da empresa e que 2015 foi duramente impactado pelos baixos preços do petróleo.
"Esse é um ano atípico por causa da magnitude do impacto dos preços... todos esses ativos da companhia foram testados no ano passado e agora, sob uma perspectiva de preços não só a queda de preços no ano, mas a perspectiva no longo prazo", afirmou.
Política de dividendos
Também durante a teleconferência, o diretor-financeiro da estatal, Ivan Monteiro, afirmou que a Petrobras apenas pagará dividendos se tiver resultados positivos, caso contrário não pagará, ao responder pergunta de analista sobre a política a ser adotada caso a empresa venha a ter perdas no futuro.
Na segunda-feira, o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, afirmou que a companhia não pagará dividendos aos acionistas ou participação nos lucros aos funcionários referentes ao exercício de 2015.
As ações da Petrobras operavam sem direção comum, por volta das 13h10, com as ordinárias apresentando alta de 1,5%, e as preferenciais queda de 1,1%, afastando-se das mínimas verificadas nos primeiros negócios, quando caíram ao redor de 4% cada.
Rio de Janeiro - A expressiva baixa contábil registrada pela Petrobras em campos de petróleo em 2015 não teve apenas a contribuição dos baixos preços do petróleo , mas também contou com a revisão de expectativas de produtividade de projetos como o campo de Papa-Terra, na Bacia de Campos, e de Lapa, no pré-sal de Santos.
Entretanto, as avaliações não devem impactar as projeções de produção feitas pela companhia no último plano de negócios, que foram traçadas considerando cenários mais realistas, disse nesta terça-feira a diretora de Exploração & Produção, Solange Guedes.
"Aquele plano de negócios (2015-2019) já foi feito com a nossa visão mais realista, das projeções e das entregas desses ativos (de exploração e produção).
O que nós estamos apurando agora é uma questão contábil, relacionado a testes de imparidade", afirmou Solange, em teleconferência com investidores e analistas para comentar os resultados do ano passado, divulgados na véspera.
No ano passado como um todo, o prejuízo da companhia foi de 34,836 bilhões de reais, ante prejuízo de 21,587 bilhões de reais em 2014.
A perda líquida foi ocasionada principalmente por "impairment" de ativos e de investimentos relacionados ao declínio dos preços do petróleo.
A Petrobras teve prejuízo líquido recorde de 36,938 bilhões de reais no quarto trimestre, diante de baixas contábeis de 47,7 bilhões de reais. Somente as baixas em campos de produção de óleo e gás no Brasil somaram 33,7 bilhões de reais.
Papa-Terra foi o campo que mais contribuiu para a baixa contábil na área de E&P, com um total de 8,7 bilhões de reais.
Segundo Solange, além de ser impactado pelas menores projeções futuras de preços do petróleo, o projeto apresentou desempenho de poços inferior ao esperado e será redesenhado até meados de outubro deste ano.
"Não haverá nenhum tipo de mudanças em relação as projeções por causa dos fatos aqui elencados (relacionados a Papa-Terra), estamos trabalhando fortemente, existe uma expectativa real, inclusive, de que a gente possa alcançar um cenário mais otimista do que aquele que a gente planejou", afirmou Guedes.
"Nós fizemos um replanejamento da projeção desse ativo em uma visão bastante realista, mas trabalhamos com um target voltado para uma visão otimista."
O campo de Papa Terra é operado pela Petrobras, com 62,5%, em parceria com a norte-americana Chevron, que detém os demais 37,5%.
Quanto ao campo de Lapa, no pré-sal da Bacia de Santos, a empresa realizou uma baixa contábil de 1,2 bilhão de reais.
Segundo Solange, a baixa esteve mais ligada a questões técnicas identificadas em um reprocessamento sísmico da área.
"Dado de reservatório da área (de Libra) foi submetido a uma reanálise sísmica. (A baixa contábil) não está ligada nem a plataforma e nem a questão de preço (do petróleo)", afirmou.
O consórcio de Lapa é operado pela Petrobras, com 45%, em parceria com as empresas BG (que foi comprada pela Shell), com 30%, e Repsol Sinopec Brasil, com 25%.
Todavia, a diretora de E&P frisou que todos os anos a empresa testa os ativos da empresa e que 2015 foi duramente impactado pelos baixos preços do petróleo.
"Esse é um ano atípico por causa da magnitude do impacto dos preços... todos esses ativos da companhia foram testados no ano passado e agora, sob uma perspectiva de preços não só a queda de preços no ano, mas a perspectiva no longo prazo", afirmou.
Política de dividendos
Também durante a teleconferência, o diretor-financeiro da estatal, Ivan Monteiro, afirmou que a Petrobras apenas pagará dividendos se tiver resultados positivos, caso contrário não pagará, ao responder pergunta de analista sobre a política a ser adotada caso a empresa venha a ter perdas no futuro.
Na segunda-feira, o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, afirmou que a companhia não pagará dividendos aos acionistas ou participação nos lucros aos funcionários referentes ao exercício de 2015.
As ações da Petrobras operavam sem direção comum, por volta das 13h10, com as ordinárias apresentando alta de 1,5%, e as preferenciais queda de 1,1%, afastando-se das mínimas verificadas nos primeiros negócios, quando caíram ao redor de 4% cada.