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Resposta da Smartfit ao Gympass, TotalPass dobra presença em 2023 e mira grandes clientes

A plataforma de atividades físicas aumentou o número de academias em 100% e chegou a 16.000 unidades parceiras

Diogo Corona, da TotalPass: "esse mito de conflito de interesse já acabou" (TotalPass/Divulgação)
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 10 de janeiro de 2024 às 08h02.

Última atualização em 11 de janeiro de 2024 às 18h38.

No mundo dos benefícios corporativos, a plataforma TotalPass acaba de passar por uma experiência singular. É a primeira vez que a startup do Grupo SmartFit tem um “ano cheio”, com as academias 100% abertas, sem as restrições provocadas pela pandemia de Covid-19.

O cenário culminou com o crescimento de 100% no número de academias e estúdios na plataforma, chegando a 16.000. As unidades estão distribuídas por 1.000 cidades, 67% em relação às 600 um ano antes.

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Os números expressam não apenas o crescimento quantitativo, mas também a superação de uma dor com a qual a plataforma lida desde que foi criada, de acordo com Diogo Corona, CEO da TotalPass e filho de Edgard Corona, o fundador da SmartFit.

“Esse mito de conflito de interesse já acabou. Hoje, cada vez mais academias entram e a exceção é quem fica fora”, afirma.

A operação nasceu, oficialmente, em 2016, dentro do Grupo SmartFit, detentora de marcas como SmartFit e BioRitmo e estúdios boutiques como a Tonus Gym, Jab House e Vydia.

Isso fez com que muitas redes de academias olhassem de lado para o modelo, enxergando uma potencial concorrência da holding, conhecida como dona da maior rede de academias da América Latina.

Os resultados de 2023 traduzem, para o executivo, novas perspectivas para o negócio a partir deste ano.“A nossa expectativa para 2024 é de continuar com esse pace super acelerado”.A empresa não revelou as taxas de expansão do faturamento. Em 2022, o ritmo ficou em 193%.

Como o negócio foi criado

Em 2019, a TotalPass deixou de ser um unidade de negócios do grupo e passou a ser uma empresa, liderada por Diogo como CEO, preparando o tônus para uma vida com uma estrutura apartada da marca-mãe. Ganhou um escritório novo, equipe de TI, marketing e até RH próprio.

No meio do caminho, a pandemia apontou e as dificuldades de penetração no mercado cresceram.

Enquanto isso, na posição de líder do setor o Gympass continuou surfando e avançando entre as empresas e os colaboradores. O unicórnio brasileiro reúne hoje mais de 50.000 academias e tem 15.000 clientes.

Foi uma decisão do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica)em setembro de 2022 que trouxe mais emoção ao mercado, restringindo contratos de exclusividade com academias a 20% da base.

Como a empresa conseguiu avançar

A nova fase da TotalPass acompanha essa evolução do setor, mais aberto a estruturas de ecossistema e à nova realidade de cultura de benefícios. E ainda a movimentos como a procura por mais atividades físicas e ao famoso boca-boca, um ativo no qual a marca tem se apoiado para chegar a mais academias e clientes corporativos.

“Antes, nós precisávamos muito entrar nas academias. Hoje, quando um cara monta uma academia, ele sabe que tem que estar em um agregador. Tem que ter o Gympass e a TotalPass, isso virou uma cultura do mercado. Com isso, não precisamos fazer o processo massivo de venda e reduzimos o cac (custo de aquisição)”, afirma Corona.

De 1.400 em 2021, a plataforma saltou para 5.000 clientes no encerramento de 2023, mais de 250% de alta no período.

Além do carro-chefe com as academias, os serviços da TotalPass estão plugados a parceiros como a Psicologia Viva e o Zen App, com soluções para a mente, e ao Queima Diária, app de treinos. O próximo produto é Total Nutri, para auxiliar no acompanhamento nutricional, previsto para os próximos meses.

O negócio cresceu com uma base de pequenas e médias empresas, estratégia para ganhar capilaridade, fluxo de usuoarios e aumentar a oferta de academias, e tem no Sudeste os principais clientes.

Além do Brasil, a TotalPass opera no México, onde está presente em mais 4.000 academias e obtém 20% do faturamento da plataforma - o país é segundo maior também para o Grupo SmartFit, atrás apenas do Brasil.

Quais são os próximos passos do negócio

Com a expansão de 2023, o objetivo é avançar para as grandes companhias. No portfólio, a plataforma já reúne nomes como Petrobras, CSN, Gerdau e Itaú, mas ainda há muito o que fazer.

“Há dois anos, nós não éramos nem cotados para os leilões. Depois, começamos a ser chamados para a festa e a ganhar o jogo”, afirma Corona. “Hoje, o nosso produto é super competitivo para as grandes companhias e acho que a grande mudança será a entrada nessas companhias em 2024. No último trimestre, nós já sentimos isso”.

A nova estratégia será acompanhada por maior exposição em mídia, investimento que a startup tem segurado ao longo dos anos.

“Nós queremos chamar mais atenção porque o negócio está ficando grande, relevante e não dependemos só do marketing espontâneo”, afirma.

Na disputa por participação de mercado, a TotalPass pretende mostrar que pode entregar as melhores experiências em produtos. Além do portfólio dentro de casa, como SmartFit e Bio Ritmo, tem procurado atrair unidades como a franquia Panobianco, criada em Campinas, em São Paulo, e a Skyfit, rede com o cantor Lucas Lucco no quadro de sócios.

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