Relembre: a crise sem fim da Oi, a empresa mais endividada do Brasil
De 2016 para cá, empresa mudou de comando, se viu em meio a uma fase da Lava Jato e viu o preço de suas ações despencar no período
Da Redação
Publicado em 18 de julho de 2020 às 16h53.
Última atualização em 18 de julho de 2020 às 19h52.
A crise da Oi , uma das maiores operadoras de telefonia do país, começou em junho de 2016, quando ela entrou com o pedido de recuperação judicial, ao ver sua dívida chegar ao patamar de 65 bilhões de reais.
Neste sábado, 18, parte dos problemas da companhia parecem ter encontrado uma solução: a empresa informou, em fato relevante, que recebeu oferta de Vivo, Claro e Tim de R$ 15 bilhões por sua unidade de telefonia móvel.
Pode ser o começo da retomada da companhia. Em meio à crise, em dezembro de 2017, seu plano de recuperação judicial foi aprovado, trazendo um corte na dívida da empresa. Mas mesmo assim, o valor devido aos credores ainda era ogrande vilão da tele. Outro fator complicador para ela são os anos de subinvestimento acumulados desde os tempos em que Andrade Gutierrez e La Fonte (família Jereissati) eram os controladores.
A partir daí, a empresa buscou aportes e outras maneiras de fazer caixa. Em janeiro,sua situação melhorou um pouco no final de janeiro. Após longa negociação, conseguiu vender sua participação de 25% na operadora angolana Unitel por 1 bilhão de dólares.
A venda da Unitel serviu como alívio após um 2019 conturbado. No fim daquele ano, a empresa anunciou que Eurico Teles, visto como o salvador da companhia, iria deixar o cargo. Para seu lugar, assumiuRodrigo Abreu, que ocupava o posto na de diretor de Operações.
Ao mesmo mesmo tempo, a empresa se viu em meio àOperação Mapa da Mina, a Lava Jato, que investigava contratos dela com um dos filho de Lula, o empresário Fábio Luís Lula da Silva, para benefício da companhia durante a negociação de compra da Telemar.
A mudança na presidência e a Lava Jato acabaram derrubando ainda mais as ações da companhia.
Parte a confiança do mercado voltou quando, já na gestão Abreu, a Oi apresentou um novo aditivo ao plano de recuperação judicial e planejava quintuplicar de valor. No documento, a empresa mostrava toda sua visão de modelo estratégico, para se transformar definitivamente numa companhia com duas frentes de negócios: infraestrutura e varejo de serviços residenciais e corporativos.