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Receita das distribuidoras caiu 12% no primeiro semestre

As 22 distribuidoras de energia listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerraram o primeiro semestre no azul. Segundo levantamento realizado pela consultoria financeira Economática a partir dos balanços, o lucro líquido delas ficou em 1,4 bilhão de reais. A primeira vista, o resultado poderia significar uma reação dessas empresas - afinal, no […]

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

As 22 distribuidoras de energia listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerraram o primeiro semestre no azul. Segundo levantamento realizado pela consultoria financeira Economática a partir dos balanços, o lucro líquido delas ficou em 1,4 bilhão de reais. A primeira vista, o resultado poderia significar uma reação dessas empresas - afinal, no primeiro semestre do ano passado elas acumularam um prejuízo de 3,6 bilhões de reais. Mas o lucro, neste caso, diz muito pouco sobre a verdadeira situação dessas companhias.

No primeiro semestre, a perda de receita das distribuidoras foi expressiva e preocupante , diz Einar Rivero, consultor da Economática. A receita, que sinaliza o nível de consumo de energia, caiu 12%. Deixaram de entrar no caixa dessas empresas 2,8 bilhões de reais. A análise contábil mostra que a retração da receita foi associada ao aumento dos custos e afetou o retorno das empresas e dos acionistas.

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O lucro operacional, por exemplo, caiu 31,4% e fechou em 2,3 bilhões de reais. A margem operacional caiu 3,42 pontos percentuais o que significa uma queda de 22% nos ganhos. Os acionistas também ficaram com menos. O patrimônio líquido encolheu 33,7%. Em junho do ano passado, estava em 35,5 bilhões de reais. Em junho deste ano, fechou em 23,5 bilhões. É alarmante a associação entre queda da receita e queda do lucro operacional , diz Rivero.

Sendo, assim, de onde saiu o aumento do lucro? Basicamente da valorização do real, que reduziu o tamanho das dívidas cotadas em dólar. As despesas financeiras (pagamento de juros) despencaram por conta da virada cambial. No primeiro semestre do ano passado, quando o dólar subia, as despesas financeiras totalizaram 10 bilhões de reais. Em igual período deste ano, com a moeda americana em queda, fecharam em 5 bilhões de reais. O que era uma despesa financeira líquida de 5,6 bilhões em 2002, virou um ganho financeiro de 64,9 milhões de reais em 2003.

A variação cambial também reduziu o volume da dívida dessas empresas de 39 bilhões de reais para 33 bilhões de reais. Mas os débitos permanecem elevados e com vencimentos de curto prazo - o que significa que, com a queda da receita e do resultado operacional, as distribuidoras continuam estranguladas pelas contas a vencer. Uma ou outra empresa pode estar conseguindo contornar os problemas, mas no conjunto o setor permanece em dificuldades.

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