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Quem foram os vilões do 1º prejuízo da Petrobras em 13 anos

Analistas esperavam uma forte queda nos resultados, mas não a ponto de a empresa entrar no vermelho

Plataforma da Petrobras: estatal registra primeiro prejuízo trimestral em mais de uma década (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 3 de agosto de 2012 às 19h40.

São Paulo - O dólar foi o principal algoz da Petrobras no segundo trimestre do ano. Depois de 13 anos no azul, a última linha do balanço da estatal indicou prejuízo de 1,3 bilhão de reais entre abril e junho, pegando o mercado de surpresa. Para se ter uma ideia, pesquisa feita pela própria companhia com analistas de 21 corretoras indicava expectativa média de lucro de 4 bilhões de reais para o período - o que já representava menos da metade do resultado obtido pela Petrobras nos três primeiros meses do ano.

No balanço, a estatal afirma que "a desvalorização do real afetou de maneira relevante o resultado financeiro, pelo nosso endividamento denominado em dólares, mas também os custos dolarizados da companhia".

A alta de 10,9% da moeda americana, no trimestre, causou um rombo considerável nas contas da estatal. O resultado financeiro líquido da Petrobras, linha que mais expressa esse impacto, ficou negativo em 6,407 bilhões. No mesmo período de 2011, a companhia havia apresentado um número positivo em 2,901 bilhões.

Apesar de ser um grande motivo, o câmbio não foi o único vilão para os negócios. Maiores gastos com baixas de poços secos ou subcomerciais, perfurados principalmente entre 2009 e 2012 e a diminuição da produção de óleo em função de paradas para manutenção contribuíram para o prejuízo amargado pela estatal.

Balança comercial

A diferença entre o que a Petrobras paga na importação de derivados do petróleo e o que ela cobra no mercado interno também penalizou as contas da empresa. A defasagem só foi diminuída no final do trimestre: de 25 de junho para cá, houve reajuste de 3,94% para o diesel e 7,83% para a gasolina. Duas semanas depois, o diesel subiu outros 6%.

Em relatório, os analistas Frank McGann e Conrado Vegner, do Merrill Lynch, lembram que a mexida não será suficiente para achatar o descasamento entre o preço dos derivados de petróleo no mercado internacional e os valores praticados no país - o desconto da gasolina continuará existindo, batendo em 15%. Para o diesel, o percentual deverá ser de 13%.

Na prática, o consumo aquecido faz com que a estatal tenha que recorrer à importação para atender a demanda. Com isso, a Petrobras forma estoques a custos mais elevados e aumenta a participação de importados no seu mix de vendas. O governo, por outro lado, faz pressão para que a diferença não seja passada adiante com o medo que a subida alimente a inflação. "Isso significa que os ganhos continuarão a ser negativamente afetados, a não ser que o desconto diminua daqui para frente", escreveram McGann e Vegner.

A presidente da empresa, Maria das Graças Foster, afirmou que a companhia está trabalhando para recuperar a rentabilidade. “Desde que assumi a presidência da Petrobras, há cinco meses, venho reiterando nosso comprometimento com a paridade internacional de preços”, disse no balanço.

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São Paulo - O dólar foi o principal algoz da Petrobras no segundo trimestre do ano. Depois de 13 anos no azul, a última linha do balanço da estatal indicou prejuízo de 1,3 bilhão de reais entre abril e junho, pegando o mercado de surpresa. Para se ter uma ideia, pesquisa feita pela própria companhia com analistas de 21 corretoras indicava expectativa média de lucro de 4 bilhões de reais para o período - o que já representava menos da metade do resultado obtido pela Petrobras nos três primeiros meses do ano.

No balanço, a estatal afirma que "a desvalorização do real afetou de maneira relevante o resultado financeiro, pelo nosso endividamento denominado em dólares, mas também os custos dolarizados da companhia".

A alta de 10,9% da moeda americana, no trimestre, causou um rombo considerável nas contas da estatal. O resultado financeiro líquido da Petrobras, linha que mais expressa esse impacto, ficou negativo em 6,407 bilhões. No mesmo período de 2011, a companhia havia apresentado um número positivo em 2,901 bilhões.

Apesar de ser um grande motivo, o câmbio não foi o único vilão para os negócios. Maiores gastos com baixas de poços secos ou subcomerciais, perfurados principalmente entre 2009 e 2012 e a diminuição da produção de óleo em função de paradas para manutenção contribuíram para o prejuízo amargado pela estatal.

Balança comercial

A diferença entre o que a Petrobras paga na importação de derivados do petróleo e o que ela cobra no mercado interno também penalizou as contas da empresa. A defasagem só foi diminuída no final do trimestre: de 25 de junho para cá, houve reajuste de 3,94% para o diesel e 7,83% para a gasolina. Duas semanas depois, o diesel subiu outros 6%.

Em relatório, os analistas Frank McGann e Conrado Vegner, do Merrill Lynch, lembram que a mexida não será suficiente para achatar o descasamento entre o preço dos derivados de petróleo no mercado internacional e os valores praticados no país - o desconto da gasolina continuará existindo, batendo em 15%. Para o diesel, o percentual deverá ser de 13%.

Na prática, o consumo aquecido faz com que a estatal tenha que recorrer à importação para atender a demanda. Com isso, a Petrobras forma estoques a custos mais elevados e aumenta a participação de importados no seu mix de vendas. O governo, por outro lado, faz pressão para que a diferença não seja passada adiante com o medo que a subida alimente a inflação. "Isso significa que os ganhos continuarão a ser negativamente afetados, a não ser que o desconto diminua daqui para frente", escreveram McGann e Vegner.

A presidente da empresa, Maria das Graças Foster, afirmou que a companhia está trabalhando para recuperar a rentabilidade. “Desde que assumi a presidência da Petrobras, há cinco meses, venho reiterando nosso comprometimento com a paridade internacional de preços”, disse no balanço.

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