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Queda na Etiópia nubla futuro da Boeing, um gigante de US$ 200 bilhões

Governos e companhias aéreas mundo afora, como a brasileira Gol, suspenderam operações com o modelo 737 Max 8, que tem 5 mil unidades encomendadas

Acidente: queda de aeronave deixou 157 mortos (Tiksa Negeri/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 12 de março de 2019 às 07h04.

Última atualização em 12 de março de 2019 às 07h23.

Um avião nunca cai por um único motivo, dizem os especialistas em segurança aérea. Ainda assim, a queda de uma aeronave da Ethiopian Airlines , matando 157 pessoas no domingo, tem sido um duro golpe para uma das gigantes da aviação mundial, a americana Boeing .

A fabricante responsável pela aeronave que caiu, um 737 Max 8. Foi a segunda queda de um Max 8 em poucos meses, após um acidente com a indonésia Lion Air, que matou 189 pessoas em outubro. A coincidência chamou a atenção de autoridades, sindicatos de pilotos e empresas parceiras, que ao longo do dia de ontem anunciaram uma onda de restrições a novos voos com o modelo.

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No Brasil, a Gol , maior empresa aérea do país, suspendeu as operações com a aeronave. A companhia tem sete Max 8 em operação, voando para Estados Unidos, América do Sul e Caribe. Fora o desafio logístico de reorganizar os voos previstos, a empresa tem outros 133 Max 8 encomendados para os próximos anos, o que faz o acidente na Etiópia um ponto de incerteza sobre seu futuro. As ações da companhia caíram 2,9% ontem.

Mundo afora, países como Singapura, Austrália, China, Indonésia e Etiópia suspenderam as operações com o Max 8 em todos os seus aeroportos. Agências reguladoras dos EUA vão ordenar que a Boeing faça mudanças nos softwares da aeronave depois de encontrarem similaridades entre os acidentes da Indonésia e da Etiópia. Ainda assim, segundo as autoridades, é cedo para apontar falhas da fabricante — tanto que os voos com o 737 Max 8 continuam autorizados no país.

As ações da Boeing caíram 5,3% na bolsa de Nova York nesta segunda-feira, a maior queda diária desde os atentados de 11 de setembro. A linha 737, lançada há 50 anos, é a mais vendida e mais bem-sucedida da história da aviação comercial. A nova linha foi lançada em 2017 e tem 351 aeronaves em uso, e mais de 5 mil encomendadas.

A fabricante está entre um cenário ruim, com possíveis atrasos na entrega das aeronaves, caso não se comprove maiores responsabilidades nas quedas, e outro caótico, com a comprovação de eventuais falhas. A análise das caixas pretas achadas ontem deve levar dias, e será analisada com lupa.

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