Protestos em Moçambique fazem Vale frear embarques de carvão
Os oleiros estão desde o domingo, 12, bloqueando com pedras e sucata uma ferrovia que parte da mina da Vale em Moatize, segundo um funcionário da empresa
Da Redação
Publicado em 14 de maio de 2013 às 16h12.
Rio de Janeiro - A Vale voltou a suspender os embarques de carvão a partir de sua operação em Moatize, em Moçambique, pela segunda vez em menos de um mês, em meio a novos protestos de oleiros, informou a mineradora brasileira.
Os oleiros estão desde o domingo, 12, bloqueando com pedras e sucata uma ferrovia que parte da mina da Vale em Moatize, segundo um funcionário da empresa. A Vale embarca entre 10 mil e 12 mil toneladas de carvão diariamente a partir da mina moçambicana.
"A situação é de tranquilidade", disse o funcionário, acrescentando que apenas 20 a 30 oleiros participam do protesto, embora não haja previsão para a retomada dos embarques.
Em 2010, a Vale retirou os oleiros da concessão de Moatize e, até agora, indenizou três grupos deles com o pagamento de cerca de US$ 2 mil por forno. Embora 63 oleiros ainda aguardem o pagamento, é o primeiro grupo indenizado que se queixa de ter recebido um reembolso insignificante da mineradora.
Na última rodada de negociações mediadas pelo governo, na sexta-feira, 10, os oleiros "abandonaram o princípio de combinar as propostas existentes" e fizeram novas exigências, afirmou a Vale em comunicado. Segundo a companhia, os oleiros pedem indenização pela produção perdida de até duas gerações de famílias.
"A Vale não considera que a produção de tijolos em Moatize tenha sido paralisada", diz a empresa. "Ela foi simplesmente transferida da área de concessão para outra área de Moatize, onde continua em andamento". Por esse motivo, a Vale diz que não há justificativa para novos pedidos de indenização.
As informações são da Dow Jones.