Presidente do conselho da Nissan Carlos Ghosn deve ser preso no Japão
Nascido no Brasil, o presidente da empresa japonesa é suspeito de ter subestimado sua própria receita nas demonstrações financeiras
Reuters
Publicado em 19 de novembro de 2018 às 08h48.
Última atualização em 19 de novembro de 2018 às 08h59.
Tóquio - O presidente do conselho de administração da Nissan Motor Co, Carlos Ghosn , deverá ser preso por promotores de Tóquio por supostas violações financeiras no Japão, informou o jornal Asahi na segunda-feira.
O jornal informou em seu site que Ghosn, que também é presidente do conselho e executivo-chefe do Renault da França, é suspeito de ter subestimado sua própria receita nas demonstrações financeiras e concordou em falar voluntariamente com os promotores.
Um porta-voz da Nissan disse que a empresa estava checando a reportagem. Porta-vozes da Renault e da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi não retornaram imediatamente ligações e mensagens em busca de comentários.
A emissora pública NHK informou que Ghosn está sendo interrogado por suspeita de violações financeiras.
O Ministério Público do Distrito de Tóquio se recusou a comentar.
As ações da Renault caíam acentuadamente em Paris, com recuo de 5,5 por cento, e se situavam entre os papéis com pior desempenho na Europa.
Ghosn, um raro executivo estrangeiro no topo da carreira no Japão, é bem visto por ter tirado a Nissan da beira da falência.
Nascido no Brasil, descendente de libaneses e cidadão francês, iniciou sua carreira na Michelin na França e depois se transferiu para a Renault. Ele se juntou à Nissan em 1999 depois que a Renault comprou uma participação controladora e se tornou seu presidente-executivo em 2001.