Preço futuro desencoraja venda antecipada da safra 2013/14
As vendas antecipadas da safra 2013/14 no Brasil, que será plantada no segundo semestre deste ano, não passam de 1 % do total estimado para a colheita
Da Redação
Publicado em 2 de maio de 2013 às 16h56.
São Paulo - A diferença de preços entre o contrato "spot" da bolsa de Chicago e os vencimentos do primeiro semestre de 2014 está desencorajando as vendas antecipadas da próxima safra brasileira, num ambiente de cautela bem diferente do verificado um ano atrás, disseram especialistas.
As vendas antecipadas da safra 2013/14 no Brasil, que será plantada no segundo semestre deste ano, não passam de 1 % do total estimado para a colheita, segundo previsão da consultoria Safras & Mercado.
Neste mesmo período em 2012 as vendas antecipadas chegavam a 14 % da safra futura. A média de cinco anos para esta época gira em torno de 4 % da colheita esperada.
"Os cenários de preços para o final de 2013 e para 2014 são de preços dentro da média normal, mas abaixo do que se tem hoje", ressaltou o analista Flávio França Jr., da Safras.
O primeiro contrato da soja na bolsa de Chicago (CBOT), com vencimento em maio, é negociado a cerca de 14,4 dólares por bushel nesta quinta-feira, contra 12,24 dólares do contrato maio de 2014.
"Esse preço para maio 2014 não é ruim. Se ele (produtor) vender, vai ficar no positivo, mas não é empolgante, porque ele tem na memória 17 dólares por bushel no ano passado, e 14 dólares atualmente. Tem um aspecto psicológico muito forte", disse França.
No ano passado, a soja atingiu um preço recorde na bolsa de Chicago, por conta da quebra de safra na América do Sul e, posteriormente, nos Estados Unidos.
"No ano passado, em março, já estávamos negociando enlouquecidamente." O momento é de compra de insumos para a próxima safra, que começa a ser plantada em meados de setembro no Centro-Oeste, como fertilizantes, defensivos e sementes.
Na avaliação da Aprosoja, associação que reúne produtores de soja de Mato Grosso --principal Estado em volume colhido--, os agricultores estão evitando fechar negócios que envolvam a troca de soja a ser colhida por insumos. A preferência é por assumir a dívida pelos produtos necessários e esperar que a soja suba de preço no futuro.
"Como o custo subiu e o preço já está sendo sinalizado como menor para o próximo ano, a relação de troca fica prejudicada", afirmou a gerente de Relações Institucionais da Aprosoja, Maria Amélia Tirloni. "Ele está olhando, buscando como travar preços (para insumos), mas ele está buscando outras formas de pagamento."
Na avaliação do diretor da consultoria SIM-Consult, João Birkhan, muitos produtores estão capitalizados e conseguem pagar os insumos da próxima safra com recursos da venda da safra 2012/13, durante a qual foram registradas altas históricas nos preços da oleaginosa.
"Ele (produtor) está comprando fertilizantes com a safra atual... Não há razão para alguém se apressar." Na avaliação do especialista, há espaço para alta nos contratos mais longos.
"O mercado pode subir mais. Mesmo que a América do Sul tenha produzido uma safra recorde, os estoques mundiais estão apertados. Como a quebra norte-americana foi muito grande (em 2012), não conseguimos repor os estoques", disse Birkhan.
São Paulo - A diferença de preços entre o contrato "spot" da bolsa de Chicago e os vencimentos do primeiro semestre de 2014 está desencorajando as vendas antecipadas da próxima safra brasileira, num ambiente de cautela bem diferente do verificado um ano atrás, disseram especialistas.
As vendas antecipadas da safra 2013/14 no Brasil, que será plantada no segundo semestre deste ano, não passam de 1 % do total estimado para a colheita, segundo previsão da consultoria Safras & Mercado.
Neste mesmo período em 2012 as vendas antecipadas chegavam a 14 % da safra futura. A média de cinco anos para esta época gira em torno de 4 % da colheita esperada.
"Os cenários de preços para o final de 2013 e para 2014 são de preços dentro da média normal, mas abaixo do que se tem hoje", ressaltou o analista Flávio França Jr., da Safras.
O primeiro contrato da soja na bolsa de Chicago (CBOT), com vencimento em maio, é negociado a cerca de 14,4 dólares por bushel nesta quinta-feira, contra 12,24 dólares do contrato maio de 2014.
"Esse preço para maio 2014 não é ruim. Se ele (produtor) vender, vai ficar no positivo, mas não é empolgante, porque ele tem na memória 17 dólares por bushel no ano passado, e 14 dólares atualmente. Tem um aspecto psicológico muito forte", disse França.
No ano passado, a soja atingiu um preço recorde na bolsa de Chicago, por conta da quebra de safra na América do Sul e, posteriormente, nos Estados Unidos.
"No ano passado, em março, já estávamos negociando enlouquecidamente." O momento é de compra de insumos para a próxima safra, que começa a ser plantada em meados de setembro no Centro-Oeste, como fertilizantes, defensivos e sementes.
Na avaliação da Aprosoja, associação que reúne produtores de soja de Mato Grosso --principal Estado em volume colhido--, os agricultores estão evitando fechar negócios que envolvam a troca de soja a ser colhida por insumos. A preferência é por assumir a dívida pelos produtos necessários e esperar que a soja suba de preço no futuro.
"Como o custo subiu e o preço já está sendo sinalizado como menor para o próximo ano, a relação de troca fica prejudicada", afirmou a gerente de Relações Institucionais da Aprosoja, Maria Amélia Tirloni. "Ele está olhando, buscando como travar preços (para insumos), mas ele está buscando outras formas de pagamento."
Na avaliação do diretor da consultoria SIM-Consult, João Birkhan, muitos produtores estão capitalizados e conseguem pagar os insumos da próxima safra com recursos da venda da safra 2012/13, durante a qual foram registradas altas históricas nos preços da oleaginosa.
"Ele (produtor) está comprando fertilizantes com a safra atual... Não há razão para alguém se apressar." Na avaliação do especialista, há espaço para alta nos contratos mais longos.
"O mercado pode subir mais. Mesmo que a América do Sul tenha produzido uma safra recorde, os estoques mundiais estão apertados. Como a quebra norte-americana foi muito grande (em 2012), não conseguimos repor os estoques", disse Birkhan.