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Por que a 5R não quer briga com a BR Malls e a Multiplan (por ora)

Com menos de 1 ano de vida, administradora de shopping centers tem seis projetos em vista

Perspectiva da área externa do shopping de Uberaba da 5R (Divulgação)

Perspectiva da área externa do shopping de Uberaba da 5R (Divulgação)

Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 14 de fevereiro de 2012 às 14h48.

São Paulo - A 5R, incorporadora e administradora de shopping centers, ainda não completou nem um ano de operação, mas já começa a dar os seus primeiros passos.

Com três empreendimentos em andamentos e outros três que serão lançados no primeiro semestre deste ano, a companhia buscou uma saída para não enfrentar, neste primeiro momento, as grandes desse setor e optou por erguer seus shoppings em cidades menores.

Diferente de empresas como Multiplan e BR Malls, que têm como principal foco grandes capitais, os três primeiros shoppings da 5R serão construídos em Rio Grande, no Rio Grande do Sul, e Uberaba e Uberlândia, em Minas Gerais. Os outros que serão lançados devem seguir a mesma estratégia. Esses projetos devem ser anunciados após a empresa conseguir todas as licenças.

"Nosso foco é todo o Brasil, mas algumas regiões oferecem mais facilidades e menos burocracias", afirmou Carlos Fulcher, sócio da 5R.

Nos primeiros projetos, a 5R vai investir cerca de 550 milhões de reais. O montante é bem menor se comparado aos últimos investimentos feitos por concorrentes para a construção de shopping centers em São Paulo.  O grupo Jereissati, por exemplo, está investindo cerca de 400 milhões para a construção de um empreendimento voltado para o público A, na zona sul da capital paulista.

Os outros três empreendimentos a serem lançados pela 5R, ainda neste ano, devem seguir o mesmo patamar de aportes e serão erguidos também nas regiões sul e sudeste do país.

Foco na classe C

Outra estratégia adotada pela 5R é a construção de shoppings voltados para a classe C. "Trata-se da classe que mais aumentou seu consumo nos últimos anos e ainda vai continuar crescendo no país", disse Paulo César Rossi, herdeiro da família Rossi (os donos da Rossi Residencial) e sócio da 5R.


Segundo Luiz Fernando Veiga, presidente da Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce), o setor vive um momento de glória no Brasil e o aumento do consumo, principalmente pela classe C, vem contribuindo para essa boa maré.

"Estamos falando de 40 milhões de pessoas que passaram a frequentar shoppings para fazer compras. Investir nesse público é uma estratégia acertada", disse Veiga.

A 5R só espera ver o retorno dos investimentos a partir de 2013, quando os primeiros empreendimentos forem inaugurados. Por enquanto, todos os aportes foram feitos com caixa da própria companhia, que se diz preparada para mais lançamentos.

"Queremos estar entre as cinco maiores desse setor até 2015 e vale lembrar que somos uma companhia de capital fechado", afirmou Fulcher.

Questionado se a entrada da 5R na bolsa também está nos planos, o empresário não descartou a possibilidade. "Tudo vai depender de como o mercado vai se comportar nos próximos anos", disse. E de quando a 5R vai querer brigar com as grandes do setor.

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