Pharol quer acompanhar aumento capital da Oi
Esta semana o conselho da Oi aprovou ajustes ao plano de recuperação judicial da empresa, após a versão anterior ter sido criticada pela Anatel
Reuters
Publicado em 24 de novembro de 2017 às 17h56.
Lisboa - A holding Pharol, maior acionista da Oi , quer participar no aumento de capital que faz parte do crucial plano de recuperação judicial da operadora de telefonia brasileira, e está estudando como se vai financiar, disse o presidente-executivo da holding, Luís Palha da Silva.
"A Pharol tem a intenção de manter a participação máxima que o processo de recuperação judicial aprovado possa permitir", afirmou o CEO, em entrevista à Reuters, por telefone.
"Para isso, está disposta, obviamente dentro dos termos do plano que venha a ser aprovado, encontrar, caso seja necessário, alguns recursos financeiros que permitam ir a uma menor diluição".
A Pharol detém cerca de 27,2 por cento da Oi.
"Sim, queremos manter participação, estamos à procura dos recursos que forem possíveis", disse.
"Estamos a estudar todos os cenários e, na medida do possível, iremos concorrer para que a solidez financeira da empresa seja uma realidade, quer através de um balanço forte, quer através de uma forte capacidade para investir num setor altamente competitivo como o das telecoms no Brasil".
Esta semana o conselho de administração da Oi aprovou ajustes ao plano de recuperação judicial da empresa, após a versão anterior ter sido criticada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
O novo plano prevê um aumento de capital tanto de acionistas como de credores. O valor injetado pelos credores poderá chegar aos 5,5 bilhões de reais, e, se os acionistas se juntarem, chegar a 8 bilhões de reais.
"Vou desmentir claramente aqueles que dizem que nós queremos ficar com 100 por cento ou 85 por cento das ações. Nego peremptoriamente que a diluição se faça em valores muito baixos, antes pelo contrário, a diluição poderá ter valores bastante significativos em alguns cenários da aprovação da recuperação judicial", disse Luís Palha da Silva.
"Há muitos cenários e valores diferentes...A diluição é significativa para os acionistas".
Ele acrescentou que a Pharol tem tempo para preparar a participação na chamada de capital.
"É cedo, não vai ocorrer num horizonte de dois, três meses, nem pensar nisso, portanto temos tempo para pensar em diferentes cenários e instrumentos financeiros", disse o CEO.
O CEO acrescentou que o novo plano de recuperação judicial, que será votado pelos credores em assembleia marcada para o dia 7 de dezembro, vai ao encontro de todos as partes interessadas, incluindo os detentores de bônus.
"Estes últimos ajustamentos refletem algumas críticas que foram sendo levantadas e que se tentou responder da melhor forma possível", frisou Luís Palha da Silva.
"Julgo que as principais questões levantadas sobretudo sobre a tesouraria da empresa depois de ter atingido a recuperação judicial (...) ficaram resolvidas".
Contudo, sem especificar quem, o líder da Pharol lamentou a atitude pouco construtiva de alguns credores.
"Vejo que há alguns credores que pura e simplesmente não têm qualquer vontade de entrar em negociação com os outros 'stakeholders' da companhia e que para eles tudo isto é um processo de litigância permanente e baseado na litigância em si mesma e não na vontade de chegar a um acordo", afirmou.
"Não estou preocupado com o calendário da Pharol, estou preocupado com o calendário da Oi. Desejaria ardentemente que ainda fosse possível chegar a acordo para que no dia 7 de dezembro pudéssemos passar a outras fases da vida da empresa".