Petrobras não terá preferência em todas as áreas do pré-sal
Em outra ocasião, o presidente da estatal, Pedro Parente, declarou que a empresa vai olhar as licitações com "muito interesse"
Estadão Conteúdo
Publicado em 16 de maio de 2017 às 11h59.
Última atualização em 16 de maio de 2017 às 14h42.
Rio de Janeiro - A Petrobras vai exercer o direito de preferência nos dois leilões do pré-sal previstos para 27 de outubro, mas não em todas a áreas leiloadas, disse nesta terça-feira o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, enquanto o presidente da estatal, Pedro Parente, declarou em outro evento que a empresa vai olhar as licitações com "muito interesse".
"Eles informalmente já sinalizaram que irão sim exercer o direito de preferência em algumas áreas, e eles estão analisando na lógica da empresa", declarou o ministro a jornalistas, durante evento no Rio de Janeiro.
De acordo com regra recém-publicada, a Petrobras poderá decidir sobre a aquisição de áreas do pré-sal durante leilões de partilha de produção, nas disputas em que a petroleira exerceu o seu direito de preferência para ser a operadora de blocos.
"Ela (Petrobras) vai exercer nos dois leilões... acredito que vai exercer nos dois, até porque nas áreas unitizáveis ela já é operadora e faz todo sentido exercer direito", completou o ministro.
Um dos leilões do pré-sal vai ofertar, na chamada segunda rodada, quatro áreas adjacentes a descobertas já realizadas, chamadas Carcará, Sapinhoá, Tartaruga Verde e Gato do Mato.
O direito de preferência deu à Petrobras a flexibilidade de não se comprometer com os altos investimentos necessários para a exploração em águas ultraprofundas, caso estime que haverá um impacto muito grande em seu caixa, dependendo do lance do leilão.
Antes, empresa tinha a obrigação de ser operadora única no pré-sal, com no mínimo 30 por cento de participação.
Na terceira rodada, serão ofertados os prospectos Pau-Brasil, Peroba, Alto de Cabo Frio-Oeste e Alto de Cabo Frio-Central. Nesta licitação, a expectativa é de uma arrecadação, somente com bônus de assinatura, de cerca de 4,5 bilhões de reais.
Isso representa cerca de metade do total que o governo espera arrecadar com bônus em leilões deste ano, que incluem ainda uma licitação de áreas em regime de concessão, em setembro.
PARENTE
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, comentou nesta terça-feira que há excelentes áreas tanto no pré-sal quanto no pós-sal, e que a companhia vai olhar "com muito interesse os próximos leilões".
"Vamos olhar todas as áreas. E aquelas de interesse da companhia dentro do processo de priorização de investimentos, nós vamos participar", declarou Parente a jornalistas, após evento em Londres.
Parente falou ainda sobre uma melhora recente do interesse de investidores pelo Brasil e pela Petrobras.
"Mais do que para a Petrobras, o que posso testemunhar é um enorme interesse... na volta do Brasil a fazer leilões, a oferecer áreas para operação especialmente no pré-sal brasileiro", afirmou ele, dizendo também estar "bastante otimista em relação à possibilidade de uma boa competição nestes leilões".
Tanto o ministro como Parente celebraram os resultados da captação de 4 bilhões de dólares em títulos pela Petrobras na véspera.
Para Coelho Filho, isso marca uma "nova fase" da empresa, enquanto Parente destacou que as taxas aceitas foram positivas para a companhia. "Achamos que temos boas notícias, boas coisas acontecendo na companhia...", disse o presidente da Petrobras.