Petrobras desocupará prédio com cerca de 1.700 empregados, diz sindicato
Movimento ocorre em meio a um amplo programa de redução de custos liderado pelo presidente da estatal, Roberto Castello Branco
Reuters
Publicado em 11 de julho de 2019 às 20h33.
Última atualização em 11 de julho de 2019 às 20h34.
Rio de Janeiro - A Petrobras vai desocupar um importante prédio em Macaé, com cerca de 1.700 empregados, conhecido como Edifício Novo Cavaleiros (Edinc), até dezembro de 2020, afirmou nesta quinta-feira o Sindicato de Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), que representa funcionários da Bacia de Campos.
O movimento ocorre em meio a um amplo programa de redução de custos liderado pelo presidente da estatal, Roberto Castello Branco, que também intensificou um plano de venda de ativos em curso ao assumir a empresa no início do ano.
O coordenador-geral do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra, explicou que os cerca de 1.700 petroleiros dentre próprios e terceirizados que trabalham no prédio alugado atendem administrativamente a diversas áreas das operações da Petrobras na região.
"Garantias que eles vão ser remanejados a gente não tem nenhuma", disse Bezerra à Reuters, destacando que o sindicato pediu para fazer parte de comissão que irá acompanhar a desocupação do prédio.
Bezerra, no entanto, disse que recebeu informação da petroleira de que todos os funcionários do prédio serão realocados para as bases de Imbetiba e do Parque de Tubos.
O sindicato soube da informação depois que o proprietário do prédio, XP Corporate Macaé Fundo de Investimento Imobiliário, publicou um fato relevante ao mercado na quarta-feira.
Procurada, a Petrobras não respondeu a pedidos de comentários.
O movimento ocorre após a empresa ter anunciado em fevereiro que iria desocupar sete andares alugados pela empresa para abrigar a sede administrativa (Edisp) em São Paulo, com o objetivo de economizar mais de 100 milhões de reais no horizonte do plano de negócios 2019/2023.
Na ocasião, Castello Branco informou que tratava-se do prédio "mais caro" da estatal e que as cerca de 605 pessoas que trabalhavam no local seriam direcionadas para outros lugares de custos mais baixos.
Na mesma época, o presidente da companhia informou ainda o fechamento de escritórios em Nova York, África, Irã e Japão, como parte de um amplo programa de redução de custos.
Economista de linha liberal, Castello Branco foi indicado ao mais importante cargo da Petrobras pelo ministro de Economia, Paulo Guedes, e vem buscando focar as atividades da empresa em exploração e produção de petróleo, enquanto tenta vender ativos considerados não essenciais ou de baixa rentabilidade.