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Petrobras conta com ajuda do câmbio para lucrar R$ 8,5 bi no trimestre

Variação cambial contribuiu com R$ 1,4 bilhão para o resultado da companhia

Plataforma da Petrobras: menos endividada após a capitalização concluída em setembro (Germano Luders/EXAME)

Plataforma da Petrobras: menos endividada após a capitalização concluída em setembro (Germano Luders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2010 às 19h57.

São Paulo - A Petrobras apresentou lucro líquido consolidado de 8,566 bilhões de reais no terceiro trimestre. A cifra é 8% maior que os 7,940 bilhões obtidos no mesmo período do ano passado. De acordo com o diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa, o câmbio teve um impacto positivo sobre o resultado.

Apenas no terceiro trimestre, o câmbio contribuiu com 1,4 bilhão de reais para a última linha do balanço da Petrobras, quando comparado ao mesmo período do ano passado. Já na comparação com o segundo trimestre de 2010, quando o lucro líquido foi de 8,295 bilhões de reais, a contribuição foi ainda maior: cerca de 2,5 bilhões de reais.

Segundo Barbassa, isso ocorreu por dois motivos. O primeiro foi a valorização de 6% da taxa média de câmbio, em relação ao final do segundo trimestre. ”Se eu devo em dólar, e o dólar cai, então a dívida em reais fica mais barata”, afirmou.

O segundo motivo foi a mudança no perfil de endividamento da companhia. Ao longo de 2009, a estatal captou 35 bilhões de dólares em recursos – a maior parte, denominada em dólar. Um segundo movimento foi a redução dos recebíveis de suas subsidiárias no exterior. “Reduzimos o montante de ativos denominados em dólares, e aumentamos o de passivos”, disse o executivo, durante a teleconferência de divulgação dos resultados, na noite desta quinta-feira (11/11).


Já no acumulado de nove meses até setembro, o peso do câmbio sobre os ganhos da companhia foi menor. Para um lucro líquido de 24,588 bilhões de reais, a variação cambial colaborou com aproximadamente 950 milhões. No mesmo período do ano passado, o lucro foi de 22,390 bilhões.

Endividamento

Já incorporando os efeitos da capitalização de 120 bilhões de reais, concluída em setembro, a Petrobras viu seu nível de alavancagem descer de 34%, no final de junho, para 16% em setembro. Já a relação entre dívida líquida e ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recuou de 1,52 vez para 0,94 vez.

Com o aporte de recursos, o endividamento líquido (dívida total menos caixa) recuou de 94,201 bilhões de reais para 57,122 bilhões. Os recursos em caixa (disponibilidades) saltaram 140% em relação ao segundo trimestre, e totalizaram 58,032 bilhões de reais. “Isso nos dá espaço para continuarmos investindo normalmente”, afirmou Barbassa.

De acordo com o executivo, a Petrobras gastou um total de 357 milhões de reais para realizar a maior capitalização da história.

Além desses recursos, a empresa também captou outros 13 bilhões de dólares ao longo do ano, e pode levantar ainda mais 3 bilhões de dólares até dezembro. “Mas essas operações não se referem ao mercado de capitais”, diz Barbassa. “Só acessamos o mercado de capitais, neste ano, para a capitalização.”

Outros números

A receita líquida da companhia somou 54,739 bilhões de reais no terceiro trimestre, ante 47,897 bilhões no mesmo período do ano passado. Já os custos dos produtos vendidos subiram de 28,837 bilhões para 35,094 bilhões na comparação. A evolução dos custos manteve o lucro bruto praticamente estável, somando 19,645 bilhões, ante os 19,060 bilhões do período de referência.

Já o ebitda ficou em 14,736 bilhões de reais, ante os 14,081 bilhões do terceiro trimestre de 2009. Em relação ao segundo trimestre de 2010, porém, houve uma queda de 7%, já que, no referido período, o ebitda foi de 15,927 bilhões.

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