A pesquisa Perfil Imobiliário, realizada pela consultoria imobiliária Jones Lang LaSalle, sinaliza reaquecimento no mercado de escritórios de alto padrão em São Paulo. O levantamento, realizado trimestralmente na capital paulista, identificou pela primeira vez em dois anos aumento na locação de escritórios. Foi registrado um saldo positivo de 51 mil metros quadrados na locação de espaços em prédios classe AA e A no terceiro trimestre deste ano, um grande salto em relação ao saldo de 9 mil metros quadrados apurado no segundo trimestre do ano. A perspectiva para o final do ano é de que a absorção no segmento de alto padrão alcance níveis superiores a 80 mil metros quadrados úteis, podendo chegar a 100 mil metros quadrados.

O mercado de escritórios de alto padrão sofreu duramente os efeitos da instabilidade econômica no período eleitoral ao longo de 2002. O ano terminou passado terminou com 294 mil metros quadrados de escritórios desocupados. A estimativa é que neste ano esse resultado chegue a 384 mil metros quadrados principalmente por conta da entrega de novas unidades que estavam em construção. Só neste ano foi entregue um número recorde de 270 mil metros de área útil.

Já esperávamos o aumento na oferta de novas unidades , diz Anne Oliveira, coordenadora da pesquisa. Mas fomos surpreendidos por um inesperado aumento do espaço ocupado. A taxa de vacância no ano passou ficou em 20% e neste ano foi acima de 30%. Mas entre o segundo e o terceiro trimestre, a vacância em prédios classe AA decresceu 4,24 pontos percentuais, passando de 31,63% para 27,39%. De acordo com a Jones Lang LaSalla, o crescimento da confiança no governo Lula e a grande oferta de espaços vagos tem encorajado algumas empresas a transferirem suas instalações para espaços maiores e mais confortáveis o que justificaria o aumento da procura por unidades mais elegantes. Cerca de 75% das empresas que locaram escritórios de alto padrão no terceiro trimestre simplesmente se mudaram para edifícios mais avançados em termos técnicos e arquitetônicos. O aumento na oferta de imóveis também abriu espaço para as negociações , diz Anne.

Os preços, em termos nominais, ficaram estáveis nos últimos meses, mas descontada a inflação do período registraram uma queda real expressiva. Há um ano, por exemplo, o preço médio de um escritório classe AA estabilizou em 56 reais, mas o IGP-M acumulado em 12 meses estava em cerca de 17% em meados de outubro. Os escritórios classe A, no entanto, ficaram nitidamente mais baratos. O metro quadrado foi de 41 reais para 38 reais. O metro quadrado em áreas mais nobres da capital paulista, como a região da avenida Luís Carlos Berrini, registrou uma queda expressiva. Chegou a bater em 80 reais, mas hoje custa em média 60 reis.

A Jones Lang LaSalle é uma empresa anglo-americana que atua há seis anos no Brasil e opera em todos os segmentos do setor imobiliário em mais de 33 países da América do Sul e do Norte, da Ásia e da Oceania. O Perfil Imobiliário é uma publicação desenvolvida pelo Departamento de Pesquisa da empresa. O levantamento é trimestral para o mercado de São Paulo e semestral para o do Rio de Janeiro.