Peru exigirá US$ 1 bi da Odebrecht como reparação por corrupção
O valor foi informado pelo procurador do caso Odebrecht, que considerou na conta os três projetos desenvolvidos pela construtora nos quais houve corrupção
EFE
Publicado em 29 de janeiro de 2018 às 18h53.
Lima - A Justiça do Peru exigirá 3,46 bilhões de sóis (cerca de US$ 1 bilhão) à Odebrecht como reparação pelos danos e prejuízos causados ao país pela corrupção praticada pela empresa.
O valor foi informado pelo procurador especial para o caso Odebrecht, Jorge Ramírez, que considerou na conta os três projetos desenvolvidos pela construtora nos quais houve corrupção, o Gasoduto Sul Peruano, a rodovia Chacas e dois trechos da Interoceânica Sul.
Ramírez lamentou em entrevista a um programa local que a Odebrecht só tenha oferecido pagar US$ 66 milhões em indenização, cerca do dobro do montante gasto pela construtora em propinas.
"Nós esperamos que a Odebrecht mude de atitude. Não é possível que eles ofereçam US$ 66 milhões como reparação civil. Considero que eles têm que fazer uma reflexão", afirmou o procurador.
O porta-voz da Odebrecht no Peru, Rodrigo Vilar, respondeu à proposta em uma nota expressando estranheza em relação ao pedido do procurador, que seria 30 vezes maior à propina paga no país.
Segundo ele, o valor superaria a soma dos pagamentos feitos pela empresa em outros sete países com os quais a Odebrecht fez acordos de colaboração - Brasil, Estados Unidos, Suíça, República Dominicana, Equador, Panamá e Guatemala.
"Em todos esses países foram utilizadas para o cálculo da reparação metodologias alinhadas com práticas internacionais, baseadas, entre outros pontos, no valor dos ilícitos praticados, no valor das informações fornecidas para as investigações e a capacidade de pagamento da empresa. Considerando esses fatores, a média de indenizações ficou entre duas e três vezes a dos valores pagos ilicitamente", explicou a empresa na nota.
A Odebrecht indicou que essa e outras medidas do governo e da Promotoria do Peru dificultam a luta contra a corrupção, ao inibir as empresas de reconhecerem os fatos e colaborar com a Justiça.