Para a BRF, COP26 definirá os próximos 40 anos do agronegócio brasileiro
As executivas de sustentabilidade Grazielle Parenti e Mariana Modesto comenda as expectativas da empresa para a Conferência do Clima da ONU
Rodrigo Caetano
Publicado em 11 de novembro de 2021 às 10h39.
De Glasgow, na Escócia
Para Grazielle Parenti, vice-presidente de sustentabilidade da BRF, o que ficar decidido na COP26, a conferência do Clima da ONU, que acontece em Glasgow nesta semana, irá determinar o futuro do agronegócio pelas próximas quatro décadas.
“Há 40 anos, o Brasil importava alimentos, hoje é uma potência no setor”, disse Parenti em entrevista à EXAME durante o evento. “O que será dos próximos 40 anos, vamos nos tornar uma potência em carbono e incorporar a sustentabilidade? É isso que está em jogo aqui.”
A BRF lançou na COP26 a sua primeira linha de produtos carbono neutro, produzida a partir de frango vegetal. A companhia, que é a maior processadora de alimentos do Brasil, anunciou em junho que pretende ser net zero até 2040.
Tenha um aprendizado 360º e adquira dois certificados sobre ESG, tema cada vez mais em alta.
“A COP26 é o evento mais importante do ano”, afirma Mariana Modesto, diretora de sustentabilidade da companhia. “A agenda da descarbonização precisa ser mobilizada por todas as empresas de todos os setores. O impacto das mudanças climáticas é muito significativo, tanto no aspecto ambiental, quanto no social.”
Compromisso climático
Os executivos da BRF têm metas ambientais atreladas ao bônus desde o ano passado. Não é segredo para ninguém que essa medida, tomada pelo conselho, serviu para colocar o tema na pauta do dia. E deu certo: em junho, a companhia anunciou sua meta ambiental mais ambiciosa até hoje, a de zerar suas emissões até 2040 .
Até 2030, a BRF terá de reduzir em 35% suas emissões de escopo 1 e 2. No mesmo período, precisará mobilizar a cadeia, incluindo fornecedores de soja, ração e proteína, em direção à modernização da produção para obter um corte de 12,3% nos gases de efeito estufa jogados na atmosfera. Apesar da relevância que a empresa tem como compradora de commodities, ela não tem controle nenhum sobre esse processo. Quem vai decidir a velocidade dessa mudança é o mercado.
O plano a ser adotado será o da catequização. A BRF espera usar sua influência no mercado para promover ondas de mudança. Em parte, esse processo já foi iniciado. A companhia desenvolveu uma plataforma para fornecedores que permite monitorar os critérios socioambientais dos parceiros. Nesse caso, a meta é colocar 100% deles no sistema até 2025.
EXAME na COP
A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC) é um tratado internacional com o objetivo de estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera.
Uma das principais tarefas da COP é revisar as comunicações nacionais e os inventários de emissões apresentados por todos os países-membros e, com base nessas informações, avaliar os progressos feitos e as medidas a ser tomadas.
Para além disto, líderes empresariais, sociedade civil e mais, se unem para discutir suas participações no tema. Neste cenário, a EXAME atua como parceira oficial da Rede Brasil do Pacto Global, da Organização das Nações Unidas.