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PanAmericano bloqueia na Justiça pagamento de 4 CDBs

Títulos fazem parte de um esquema de fraude já identificado pelo Coaf e envolvem operações que beneficiavam o empresário e investidor Adalberto Salgado Júnior

Banco Panamericano, fachada (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de dezembro de 2011 às 12h19.

Rio de Janeiro - A nova administração do Banco PanAmericano conseguiu bloquear na Justiça o pagamento de quatro Certificados de Depósito Bancário (CDBs) que, juntos, somariam R$ 22 milhões. Os títulos fazem parte de um esquema de fraude já identificado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) envolvendo operações que beneficiavam o empresário e investidor Adalberto Salgado Júnior.

O advogado Sérgio Bermudes, que representava a nova administração do banco, conta que, além desses quatro títulos que venciam hoje, Salgado Junior teria montado um esquema que incluiu ainda outros 20 CDBs com vencimentos que vão até 2027. Se resgatados hoje, esses títulos pagariam R$ 5 bilhões.

O caso foi parar na 19ª Vara Civil de São Paulo. No processo, além do bloqueio, Bermudes pede a nulidade de todas as operações envolvendo o PanAmericano e Salgado Junior. O relatório da Coaf apontou que o banco ofereceu ao investidor pagar juros de quase 700% por ano nessa aplicação, quando a remuneração média desse título não ultrapassa os 12% ao ano.

"Isso é um escândalo absurdo. Ninguém paga juros tão altos assim. O esquema de fraude que foi criado é criminoso", afirmou Bermudes ao revelar que vai encaminhar o caso para análise do Ministério Público.

Ciranda financeira

O esquema criado por Salgado Junior funcionava como uma espécie de ciranda financeira, com o grupo capitaneado pelo investidor comprando os CDBs e resgatando os títulos antecipadamente. Sempre recebendo juros muito acima dos do mercado financeiro. Além dos quatro CDBs que tiveram o pagamento bloqueado hoje pela Justiça, o grupo ainda tinha outros 20 títulos com vencimento até 2027.

O relatório da Coaf enviado à Polícia Federal faz parte do inquérito que investiga o rombo de R$ 4,3 bilhões no banco que integrou o Grupo Silvio Santos. Para a PF, a remuneração excepcional, da qual foi beneficiário o empresário e investidor Adalberto Salgado Júnior, "indica que possa ter sido ele (cliente) usado para o desvio de verbas do banco pelos administradores (do PanAmericano)".

No relatório de 13 páginas, a Coaf informou que, em janeiro de 2007, ele declarou bens que somavam R$ 18,2 milhões. No mesmo ano, fez duas atualizações cadastrais. Em julho, elevou seu patrimônio para R$ 26,29 milhões e, em setembro, alegou possuir R$ 85,7 milhões. A Polícia Federal capturou 17 e-mails trocados entre os principais dirigentes do banco, Rafael Palladino, ex-diretor superintendente, e Wilson de Aro, ex-diretor financeiro. A série de e-mails trata da "operação Salgado Júnior".

A maior parte das mensagens foi postada entre 16 e 17 de dezembro de 2009 e 27 e 28 de janeiro de 2010. Revelam a inquietação da cúpula do PanAmericano com os resultados do negócio e a iminente fiscalização. No primeiro e-mail, Palladino sugere a Aro: "Não daria para colocar alguém recomprando na moita?". Ele demonstra preocupação. "Vai ser dureza aguentar esta taxa, temos que sair desta de alguma forma."

Segundo o relatório da Polícia Federal, "os e-mails revelam o conhecimento e o envolvimento direto na fraude de Palladino e Aro".

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O advogado Sérgio Bermudes, que representava a nova administração do banco, conta que, além desses quatro títulos que venciam hoje, Salgado Junior teria montado um esquema que incluiu ainda outros 20 CDBs com vencimentos que vão até 2027. Se resgatados hoje, esses títulos pagariam R$ 5 bilhões.

O caso foi parar na 19ª Vara Civil de São Paulo. No processo, além do bloqueio, Bermudes pede a nulidade de todas as operações envolvendo o PanAmericano e Salgado Junior. O relatório da Coaf apontou que o banco ofereceu ao investidor pagar juros de quase 700% por ano nessa aplicação, quando a remuneração média desse título não ultrapassa os 12% ao ano.

"Isso é um escândalo absurdo. Ninguém paga juros tão altos assim. O esquema de fraude que foi criado é criminoso", afirmou Bermudes ao revelar que vai encaminhar o caso para análise do Ministério Público.

Ciranda financeira

O esquema criado por Salgado Junior funcionava como uma espécie de ciranda financeira, com o grupo capitaneado pelo investidor comprando os CDBs e resgatando os títulos antecipadamente. Sempre recebendo juros muito acima dos do mercado financeiro. Além dos quatro CDBs que tiveram o pagamento bloqueado hoje pela Justiça, o grupo ainda tinha outros 20 títulos com vencimento até 2027.

O relatório da Coaf enviado à Polícia Federal faz parte do inquérito que investiga o rombo de R$ 4,3 bilhões no banco que integrou o Grupo Silvio Santos. Para a PF, a remuneração excepcional, da qual foi beneficiário o empresário e investidor Adalberto Salgado Júnior, "indica que possa ter sido ele (cliente) usado para o desvio de verbas do banco pelos administradores (do PanAmericano)".

No relatório de 13 páginas, a Coaf informou que, em janeiro de 2007, ele declarou bens que somavam R$ 18,2 milhões. No mesmo ano, fez duas atualizações cadastrais. Em julho, elevou seu patrimônio para R$ 26,29 milhões e, em setembro, alegou possuir R$ 85,7 milhões. A Polícia Federal capturou 17 e-mails trocados entre os principais dirigentes do banco, Rafael Palladino, ex-diretor superintendente, e Wilson de Aro, ex-diretor financeiro. A série de e-mails trata da "operação Salgado Júnior".

A maior parte das mensagens foi postada entre 16 e 17 de dezembro de 2009 e 27 e 28 de janeiro de 2010. Revelam a inquietação da cúpula do PanAmericano com os resultados do negócio e a iminente fiscalização. No primeiro e-mail, Palladino sugere a Aro: "Não daria para colocar alguém recomprando na moita?". Ele demonstra preocupação. "Vai ser dureza aguentar esta taxa, temos que sair desta de alguma forma."

Segundo o relatório da Polícia Federal, "os e-mails revelam o conhecimento e o envolvimento direto na fraude de Palladino e Aro".

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