Negócios

Pacote de resgate para aéreas entra na fase de execução, diz Montezano

Gol, Latam e Azul aceitaram a proposta feita pelo BNDES e pelo sindicato de bancos. Etapa atual é de formação de preço para captação no mercado de capitais

Companhias aéreas: setor foi um dos mais abatidos pela crise do coronavírus (Ivan Alvarado/Reuters)

Companhias aéreas: setor foi um dos mais abatidos pela crise do coronavírus (Ivan Alvarado/Reuters)

NF

Natália Flach

Publicado em 15 de maio de 2020 às 10h44.

As companhias aéreas Gol, Latam e Azul aceitaram ontem as condições do pacote de resgate elaborado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES) e pelo sindicato de bancos. Com isso, entram na próxima etapa que é de formação de preço para captação de recursos no mercado de capitais, segundo Gustavo Montezano, presidente do BNDES.

"Colocamos quatro pilares para a nossa participação: que fosse focada nas operações brasileiras das empresas, que os recursos seriam usados nas operações e, portanto, não deveriam ser usados para pagar credores financeiros e que as condições seriam isonômicas para as três companhias", explica Montezano, em teleconferência com jornalistas, na manhã desta sexta-feira. "No final do dia, quem vai dar o preço será o mercado pelo bookbuilding, não o BNDES", acrescentou.

Segundo reportagem da Bloomberg com pessoas com conhecimento direto das negociações, o pacote de resgate deve ficar próximo de 4 bilhões de reais. O pacote, que foi apresentado às companhias na quarta-feira, será composto por no máximo 60% de crédito do BNDES, ou 2,4 bilhões de reais, e não mais de 10% de outros bancos, ou 400 milhões de reais. Pelo menos 30% restantes terão que ser levantados no mercado de capitais, entre fundos de investimentos.

A operação vai usar debêntures e bônus de subscrição e os percentuais de diluição dos acionistas além dos preços das ações embutidas nos bônus vão ser negociados caso a caso, disseram as pessoas à Bloomberg.

Cada empresa vai poder levantar o valor de não mais do que 2 bilhões de reais, e volumes, preços e rendimento dos títulos serão definidos em transações de mercado de capitais por meio do processo de bookbuilding. Bancos serão contratados para coordenar as transações. Os bônus de subscrição e as debêntures poderão ser negociados separadamente no mercado secundário, disseram as pessoas ouvidas pela Bloomberg.

"Aprendemos que não cabe ao banco [BNDES] dizer quais empresas serão beneficiárias dos recursos, portanto trabalhamos com o sindicato, e caberá ao mercado participar de forma individual nas três empresas. O que podemos dizer: existe demanda de mercado, e temos visto algumas operações de mercados de capitais na última semana tanto no Brasil quanto fora. A gente entende que as negociações são possíveis, sim", acrescenta Montezano.

Mais de Negócios

Eles vendiam software de porta em porta. Hoje faturam R$ 12 milhões e anunciam compra de concorrente

Com desconto de 90%: Faculdade EXAME apresenta Pré-MBA em Inteligência Artificial para Negócios

Depois de arranha-céus em Balneário Camboriú, FG Empreendimentos estrutura banco e lança consultoria

No radar da SmartFit, Velocity planeja dobrar de tamanho e faturar R$ 140 milhões em 2024

Mais na Exame