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Segundo outlet de luxo do Brasil será construído no Rio Grande do Sul

Com 120 lojas, empreendimento será instalado em Novo Hamburgo, na região metropolitana de Porto Alegre

Projeto do outlet de luxo em Novo Hamburgo, na região metropolitana de Porto Alegre (.)

Projeto do outlet de luxo em Novo Hamburgo, na região metropolitana de Porto Alegre (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.

O sucesso do primeiro shopping brasileiro de desconto para grifes de luxo, o Outlet Premium São Paulo, atraiu a atenção de investidores de outras regiões do país. Fruto de uma parceira entre a General Shoppings e a Senpar, dona do terreno, o empreendimento foi construído no município de Itupeva, a 72 quilômetros de São Paulo. Desde a inauguração, em junho, as vendas estão 60% maiores que o previsto - em algumas lojas, o desempenho chega a ser 150% superior. Durante os finais de semana, as lojas mais procuradas chegam a organizar filas de consumidores ávidos por produtos de marca com desconto. O resultado animou outro grupo de investidores a entrar no mercado de outlets de luxo. A construtora paulista São José e a gaúcha Cisplan preparam-se para erguer um projeto semelhante em Novo Hamburgo, na região metropolitana de Porto Alegre.


Sotaque local

O projeto encontra-se na fase de aprovação das licenças. Os investidores pretendem iniciar as obras em abril, a tempo de inaugurá-lo antes das festas natalinas de 2010. Com 25.000 metros quadrados de área bruta locável e capacidade para 120 lojas (incluindo a praça de alimentação), o empreendimento será maior que o de Itupeva, com seus 18.000 metros quadrados e 93 lojas. O investimento é estimado entre 60 milhões e 70 milhões de reais. A construtora São José é o sócio majoritário do projeto.

Os empreendedores também pretendem dar uma cor local ao projeto, recorrendo a referência da cultura regional. Uma das opções é criar uma área para as vinícolas locais. Outra é construir a praça de alimentação com características da arquitetura alemã. Numa segunda etapa, o projeto poderá ganhar uma nova edificação, onde seriam instaladas lojas de fabricantes locais de móveis de alto padrão.

No outlet paulista, os consumidores podem encontrar marcas baladas como Diesel, Armani, Hugo Boss, Ricardo Almeida e Calvin Klein. Embora o shopping gaúcho e o paulista pertençam a investidores diferentes, as grandes marcas internacionais instaladas em Itupeva são um alvo do empreendimento de Novo Hamburgo. De acordo com Costa, da Jones Lang LaSalle, até o momento 30 marcas presentes em Itupeva já manifestaram intenção de locar espaços no novo outlet. (Continua)


Potencial

A boa acolhida do outlet paulista pelos consumidores foi determinante para que a Construtora São José e a Cisplan se convencessem da viabilidade de um outlet premium. As empresas procuravam, há um ano, um projeto interessante para o terreno às margens da BR-116. O plano inicial era construir um shopping center tradicional. Mas, depois da inauguração do outlet de Itupeva, em junho, e dos primeiros resultados de vendas, as empresas decidiram investir nesse novo modelo de negócios. Como a Construtora São José já era parceira da Jones Lang LaSalle em outros empreendimentos, o contato e o desenvolvimento de um projeto semelhante foi facilitado.

Nos Estados Unidos, praticamente todas as grandes cidades possuem outlets, que fazem a alegria da população local e de turistas endinheirados. A avaliação, porém, é que no Brasil no máximo seis empreendimentos do tipo podem ser construídos. Primeiro porque as grifes de luxo não têm em suas lojas convencionais um estoque a ser desovado suficiente para abastecer um grande número de outlets - embora algumas grifes já manifestem a intenção de produzir artigos especialmente para os shoppings de desconto como nos EUA. Além disso, o estado de São Paulo concentra 80% dos endinheirados brasileiros. Mas a tendência é que o sucesso do outlet de Itupeva incentive a construção de réplicas do modelo. A própria General Shopping, umas das donas do outlet paulista, diz que estuda a construção de mais dois empreendimentos em cidades cujo nome é guardado a sete chaves. Os especialistas veem cidades como Rio de Janeiro, Curitiba e Brasília como os alvos mais prováveis. Os gaúchos já estão prestes a ganhar o seu.

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