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Onda dos SUVs coloca o sedã no caminho do esquecimento

Depois de acabar com as minivans, o Império dos SUVs agora ameaça os sedãs familiares nos EUA

SUVs: maiores montadoras nos EUA devem reduzir a produção de sedãs (Christian Castanho / Quatro Rodas)

SUVs: maiores montadoras nos EUA devem reduzir a produção de sedãs (Christian Castanho / Quatro Rodas)

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Da Redação

Publicado em 2 de março de 2017 às 14h25.

Última atualização em 2 de março de 2017 às 14h55.

Após o surgimento dos SUVs, as minivans desapareceram de muitas garagens americanas. Os sedãs familiares parecem destinados a tomar o mesmo caminho.

Os chamados carros de passageiros representaram apenas 37,5 por cento das vendas de automóveis dos EUA durante os dois primeiros meses do ano, segundo a empresa de pesquisas Autodata.

Em 2012, modelos como Toyota Camry, Honda Accord e Ford Fusion responderam pela maior parte das vendas do setor, superando o número total de SUVs e trucks (categoria americana que engloba as caminhonetes) vendidos no ano.

Os americanos estão esnobando os sedãs como nunca, o que sinaliza possíveis novos cortes de produção em empresas como General Motors, Ford Motor e Fiat Chrysler.

A expansão dos SUVs e dos trucks também reforça o argumento das fabricantes de automóveis ao governo Trump -- os padrões de economia de combustível deveriam ser remodelados porque não estão em sintonia com o que os consumidores estão comprando.

“Isto não é um modismo gerado pelo marketing; é uma evolução do mercado”, disse Mark Wakefield, diretor-gerente e chefe de prática automotiva da consultoria AlixPartners, por telefone. A participação do mercado de carros de passageiros nas vendas dos EUA ainda pode “cair muito mais do que isso”.

Planos de produção

Nos últimos três meses, as fabricantes de veículos reduziram os planos de produção de veículos para este ano em 3,6 por cento e aumentaram a produção programada da categoria light truck em 0,5 por cento. Os SUVs e trucks e as antiquadas minivans deverão responder por cerca de 62,5 por cento da produção fabril de automóveis deste ano, disse Wakefield.

A GM é um excelente exemplo da reformulação da produção que está ocorrendo nas plantas de toda a América do Norte.

No fim do ano passado, a empresa com sede em Detroit, EUA, cortou postos de trabalho e programou interrupções nas fábricas que produzem carros esportivos Chevrolet Camaro, sedãs Buick Regal e compactos Chevrolet Cruze.

No próximo trimestre, a GM abrirá novas linhas de montagem em duas instalações no México para fabricar os SUVs Chevrolet Equinox e GMC Terrain, que eram produzidos em uma única planta no Canadá.

“Vimos uma mudança estrutural no comportamento de compra do consumidor”, disse Mark LaNeve, chefe de vendas da Ford nos EUA, a analistas e jornalistas, em teleconferência, na quarta-feira.

Rogue supera CR-V

As fabricantes de veículos que impulsionaram seus modelos de SUV mais agressivamente registraram alguns dos maiores ganhos de vendas no mês passado.

A Nissan Motor surpreendeu os analistas ao registrar um aumento de 3,7 por cento, impulsionado pelo fato de seu crossover Rogue ter superado o CR-V, da Honda Motor, como SUV mais vendido do setor no mês.

A GM informou que as vendas subiram 4,2 por cento porque os modelos Chevrolet Equinox e Traverse SUV tiveram suas melhoras vendas da história para um mês de fevereiro.

A Toyota Motor, por sua vez, divulgou uma queda de 7,2 por cento nas vendas porque o mês forte dos modelos RAV4, Highlander e 4Runner SUV não foi suficiente para compensar a queda de demanda do carro familiar Camry, do compacto Corolla e dos híbridos Prius.

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