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OGX perde R$ 10,9 bi do seu valor após relatório

Ações caíram após divulgação de relatório de bancos acusando falta de detalhamento e frustração na confiabilidade de confirmação de reservas de 10,8 bilhões de barris de óleo equivalente

Equipe de exploração da OGX: mercado avalia riscos do setor de petróleo (André Valentim/EXAME)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de abril de 2011 às 20h46.

Rio - A OGX, petroleira do grupo de Eike Batista, perdeu hoje R$ 10,9 bilhões de seu valor de mercado por causa da frustração de expectativas em relação à revisão de seu portfólio. Na última sexta-feira, com base em auditoria da consultoria DeGolyer & MacNaughton ("D&M"), a companhia havia revisado o potencial de suas reservas de 6,8 bilhões para 10,8 bilhões de barris de óleo equivalente.

O aumento de 58,8% sobre a última projeção, feita em setembro de 2009, pela mesma consultoria, foi recebido na sexta-feira como uma boa notícia, embora conservadora na visão da empresa. Mas, hoje, no primeiro pregão da Bolsa de Valores de São Paulo após o anúncio, as ações da OGX despencaram 17%, puxando para baixo não somente outras empresas do grupo como também a petroleira HRT, que vinha sendo vista como uma "cópia", com performance e perspectivas semelhantes.

"Parece que, de repente, o mercado acordou para os riscos do setor de petróleo", comentou o analista do Banco do Brasil, Nelson Rodrigues Matos. Numa primeira leitura logo após o relatório divulgado no final da tarde de sexta-feira, as ações da empresa chegaram a subir 3,5% no "after market", período que sucede o fechamento do pregão, às 17h30.

A euforia, porém, deu lugar à frustração hoje, logo pela manhã, quando começaram a ser divulgados relatórios de bancos com as análises da revisão de portfólio. Em teleconferência, o empresário Eike Batista chegou a ser ríspido com um analista. Ao ser indagado sobre a elevada taxa de retorno fixada pela OGX para suas áreas (49%, ante 25% estimados pela D&M), ele afirmou que se recusa a aceitar este padrão. Para as áreas do pré-sal de Santos, a Petrobras também estima retorno de 25%.

"Estamos num mundo digital, em que temos novas tecnologias de exploração. A consultoria (D&M) já mostrou ao mercado o quão conservadora é. Eu respeito, mas estou avaliando a possibilidade de contratar outros relatórios no futuro. Seria interessante que os analistas avaliassem dois ou três relatórios de consultorias diferentes antes de emitir suas opiniões", protestou.

A maioria dos relatórios de instituições financeiras divulgados hoje consideraram que houve falta de detalhamento e frustração na confiabilidade de confirmação de reservas. "O mercado estimava pelo menos 4 bilhões de barris contingenciados na Bacia de Campos e vieram só 3 bilhões", confidenciou analista, que preferiu não se identificar, lembrando que a OGX vinha trabalhando com uma margem entre 2,3 bilhões e 5,4 bilhões de barris.

Para o banco norte-americano Merril Lynch, a OGX pode terminar 2011 com menos de US$ 1 bilhão em caixa, o que deve exigir que a companhia vá ao mercado. Na teleconferência, Eike Batista disse que vai levantar recursos tanto com emissão de bônus, quanto com o mecanismo "oil financing", que já foi utilizado pela Petrobras, e que implica em uma venda antecipada de óleo.

"A ideia é não diluir o acionista minoritário", disse Eike, lembrando que terá recursos também com a venda de 10% de seus ativos na Bacia de Campos. No relatório, o Merril Lynch estima em US$ 11,8 bilhões a necessidade de financiamento nos próximos cinco anos, o que elevaria a relação entre a dívida líquida e o capital líquido a uma "inaceitável" faixa de 55,3% em 2015.

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Rio - A OGX, petroleira do grupo de Eike Batista, perdeu hoje R$ 10,9 bilhões de seu valor de mercado por causa da frustração de expectativas em relação à revisão de seu portfólio. Na última sexta-feira, com base em auditoria da consultoria DeGolyer & MacNaughton ("D&M"), a companhia havia revisado o potencial de suas reservas de 6,8 bilhões para 10,8 bilhões de barris de óleo equivalente.

O aumento de 58,8% sobre a última projeção, feita em setembro de 2009, pela mesma consultoria, foi recebido na sexta-feira como uma boa notícia, embora conservadora na visão da empresa. Mas, hoje, no primeiro pregão da Bolsa de Valores de São Paulo após o anúncio, as ações da OGX despencaram 17%, puxando para baixo não somente outras empresas do grupo como também a petroleira HRT, que vinha sendo vista como uma "cópia", com performance e perspectivas semelhantes.

"Parece que, de repente, o mercado acordou para os riscos do setor de petróleo", comentou o analista do Banco do Brasil, Nelson Rodrigues Matos. Numa primeira leitura logo após o relatório divulgado no final da tarde de sexta-feira, as ações da empresa chegaram a subir 3,5% no "after market", período que sucede o fechamento do pregão, às 17h30.

A euforia, porém, deu lugar à frustração hoje, logo pela manhã, quando começaram a ser divulgados relatórios de bancos com as análises da revisão de portfólio. Em teleconferência, o empresário Eike Batista chegou a ser ríspido com um analista. Ao ser indagado sobre a elevada taxa de retorno fixada pela OGX para suas áreas (49%, ante 25% estimados pela D&M), ele afirmou que se recusa a aceitar este padrão. Para as áreas do pré-sal de Santos, a Petrobras também estima retorno de 25%.

"Estamos num mundo digital, em que temos novas tecnologias de exploração. A consultoria (D&M) já mostrou ao mercado o quão conservadora é. Eu respeito, mas estou avaliando a possibilidade de contratar outros relatórios no futuro. Seria interessante que os analistas avaliassem dois ou três relatórios de consultorias diferentes antes de emitir suas opiniões", protestou.

A maioria dos relatórios de instituições financeiras divulgados hoje consideraram que houve falta de detalhamento e frustração na confiabilidade de confirmação de reservas. "O mercado estimava pelo menos 4 bilhões de barris contingenciados na Bacia de Campos e vieram só 3 bilhões", confidenciou analista, que preferiu não se identificar, lembrando que a OGX vinha trabalhando com uma margem entre 2,3 bilhões e 5,4 bilhões de barris.

Para o banco norte-americano Merril Lynch, a OGX pode terminar 2011 com menos de US$ 1 bilhão em caixa, o que deve exigir que a companhia vá ao mercado. Na teleconferência, Eike Batista disse que vai levantar recursos tanto com emissão de bônus, quanto com o mecanismo "oil financing", que já foi utilizado pela Petrobras, e que implica em uma venda antecipada de óleo.

"A ideia é não diluir o acionista minoritário", disse Eike, lembrando que terá recursos também com a venda de 10% de seus ativos na Bacia de Campos. No relatório, o Merril Lynch estima em US$ 11,8 bilhões a necessidade de financiamento nos próximos cinco anos, o que elevaria a relação entre a dívida líquida e o capital líquido a uma "inaceitável" faixa de 55,3% em 2015.

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