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Odebrecht entra no mercado de etanol com investimento de R$ 5 bilhões

Em dez anos, grupo quer estar entre os líderes do setor, atuando em todos os pontos da cadeia de produção

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

O boom do etanol seduziu um gigante brasileiro - a Odebrecht, que pretende entrar com força no setor. O grupo anunciou, nesta quarta-feira (27/6), que vai investir 5 bilhões de reais na produção de álcool combustível. O dinheiro será usado para implantar unidades próprias, mas também não está descartada a aquisição de concorrentes. Em dez anos, a companhia pretende estar entre os primeiros do setor, hoje liderado pela Cosan.

Para a empreitada, a Odebrecht preferiu associar-se a três empresários com experiência no setor. O mais conhecido deles é Eduardo Pereira de Carvalho, que deixou nesta terça-feira (26/6) a presidência da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), posto que ocupava desde o início da década. Outra estrela do setor que se associou ao projeto é Clayton Hygino Miranda, ex-presidente da Coimex Trading, empresa especializada na exportação de commodities agrícolas. A notícia de que Carvalho e Miranda iriam se associar em uma nova empresa de etanol foi antecipada por EXAME em maio (clique aqui para ler a reportagem) . A eles, juntaram-se Zenilton Rodrigues de Mello, Roger Maynard Haybittle e Luiz Pereira de Araújo Filho.

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"Temos um plano arrojado para que, no médio prazo, estejamos entre os cinco maiores produtores do setor, seja por meio de aquisições ou pelo desenvolvimento dos próprios negócios", afirmou, em nota à imprensa, o diretor de Investimentos da Odebrecht, Ruy Sampaio.

O setor sucroalcooleiro é bastante pulverizado no Brasil. Segundo dados da Unica, na safra 2006/2007, a Cosan liderou o mercado, com 8,2% de participação de mercado. Em segundo lugar, ficou o Grupo Louis Dreyfus, com 2,5%. O Grupo Carlos Lyra vem em terceiro, com 2,3%, bem próximo da Vale do Rosário, com 2,2%. Outro indicador da pulverização do setor é a pequena participação das empresas líderes no total de negócios. Segundo o levantamento, os cinco maiores grupos detêm 17,4% do mercado brasileiro de açúcar e álcool. Como comparação, na indústria de papel, essa porcentagem é de 48,7%. Em cimento, chega a 80%.

Produção local

A Odebrecht pretende desenvolver um modelo de clusters, concentrando a produção de cana e as usinas para moagem em uma mesma região. Segundo Sampaio, a proximidade entre a lavoura e a usina reduzirá custos de logística e racionalizará a produção. Além de São Paulo, o grupo buscará entrar em outros mercados do Sudeste e do Centro-Oeste. "O nosso foco será o mercado brasileiro, mas sabemos que um dos produtos, o etanol, atrai cada vez mais a atenção mundial", diz o executivo.

Este é o segundo projeto de etanol anunciado pelo grupo em menos de uma semana. No dia 21, a petroquímica Braskem, controlada pela Odebrecht, divulgou uma nova tecnologia para a produção de plástico. Em vez de utilizar derivados de petróleo para fabricar polietileno, como no processo tradicional, a companhia criou um sistema à base de etanol. O início da produção comercial do novo plástico está previsto para 2009. Inicialmente, a planta terá capacidade para 200.000 toneladas por ano.

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