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O plano de guerra para reabrir o maior hotel do Brasil, em Olímpia, SP

A rede hoteleira Wyndham Olímpia Royal Hotels decidiu voltar a aceitar reservas e acredita que suas 9 piscinas e 8 ofurôs são um atrativo para os hóspedes

(Wyndham Olímpia Royal Hotels/Divulgação)

Karin Salomão

Publicado em 4 de agosto de 2020 às 14h30.

Última atualização em 4 de agosto de 2020 às 16h02.

Com 960 quartos e 11 piscinas, o maior hotel do Brasil passou quase quatro meses fechado. O Wyndham Olímpia Royal Hotels fica em Olímpia, interior de São Paulo, e agora está reabrindo suas portas e volta a receber hóspedes. Para manter a segurança e a higiene, a empresa revisitou todos os procedimentos, reformou o espaço e montou uma grande operação de segurança e limpeza.

O principal atrativo do hotel é o Parque Aquático Thermas dos Laranjais, o terceiro maior parque de águas termais do mundo, também fechado por causa das medidas de distanciamento social impostas pela pandemia do novo coronavírus. A previsão de abertura do parque é dia 12 de outubro, mas isso só ocorrerá depois que a cidade de Olímpia passar mais de 20 dias na zona verde, como parte do plano de reabertura feito pelo governo do estado de São Paulo.

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Mesmo assim, a rede hoteleira decidiu voltar a aceitar reservas. O hotel tem 11 piscinas e dez ofurôs — nove piscinas e oito ofurôs já abertos e outros fechados por se encontrarem em ambientes cobertos. O gerente-geral do empreendimento, Nilton Abilel Camillo, acredita que as piscinas já são um atrativo para os hóspedes. "As pessoas estão se sentindo presas dentro de casa. Conseguimos oferecer um turismo seguro, então os hóspedes têm a tranquilidade de nos visitar e aproveitar as piscinas ao ar livre", diz.

Na primeira noite de reabertura, em 17 de julho, havia nove apartamentos ocupados. Pode parecer pouco para um hotel com 960 quartos, mas para Camillo é uma vitória: "Não dormimos com o hotel vazio", diz o gerente.

Operação de segurança

Antes da reabertura, a empresa passou por uma consultoria para garantir que as medidas de segurança seriam implementadas. Mais do que receber os novos protocolos de higiene, a consultoria realizou visitas técnicas filmadas no hotel.

Logo na chegada, a temperatura dos hóspedes é medida pelos seguranças na portaria, que usam máscara e protetor facial. Na recepção, uma nova medição de temperatura. Há um totem digital que apresenta todas as informações de segurança e as medidas que devem ser seguidas pelos hóspedes.

O mensageiro fica responsável por esterilizar as malas e, ao contrário de deixar as bagagens no centro do quarto como normalmente ocorre, ele as coloca no corredor. Os quartos são limpos com 24 horas de antecedência e lacrados. Os copos e o frigobar também são lacrados. As áreas comuns são limpas a cada 3 horas, frequência muito maior que antes da pandemia.

As brincadeiras na água também estão diferentes. Dentro da piscina os hóspedes não usam máscaras — pelo risco de afogamento — mas devem recolocar o equipamento de segurança assim que saírem da água.Também reabrem o bar na piscina, quadra poliesportiva, quadra de tênis e quadra de vôlei de areia. Há ainda brinquedoteca, sala de cinema, academia e spa, ainda fechados.

Fases de reabertura

Com 960 apartamentos, o hotel não deve abrir de uma única vez. Na primeira fase, irá operar com 25% de capacidade e acomodar os hóspedes apenas nos quatro primeiros andares, para facilitar a limpeza. Também deve manter distância de um quarto entre as famílias.

Na segunda fase, cerca de 50% dos apartamentos já poderão ser reservados, depois 75% e por fim 100%, quando a cidade de Olímpia se mantiver na zona verde de reabertura.

O hotel aluga espaços para oito lojas e oito restaurantes, com sorveteria, pizzaria e outros. Os proprietários desses estabelecimentos, que também ficaram fechados por quatro meses, passaram pela mesma consultoria de segurança que atendeu o hotel. A equipe de recreação se mantém suspensa e, quando voltar, será terceirizada.

O maior atrativo do hotel é o Parque Aquático Thermas dos Laranjais, o terceiro maior parque de águas termais do mundo (Wyndham Olímpia Royal Hotels/Divulgação)

Reformas durante a quarentena

Durante o período de fechamento, a empresa colocou praticamente todos os 144 colaboradores em licença — hoje 85 já voltaram ao trabalho. O horário daqueles que continuaram trabalhando foi modificado e a empresa removeu o terceiro turno — assim, o hotel deixou de pagar adicional noturno ou hora extra no fim de semana.

A exceção foi a equipe de manutenção, que trabalhou mais do que nunca. "Era o momento de reforma geral para que, quando o hóspede voltasse, encontrasse um hotel novinho", afirma Camillo. Todos os corredores receberam uma nova camada de tinta e os quartos foram revistados para pequenos reparos.

A companhia negociou com todos os seus fornecedores de contratos fixos, como a concessionária de energia elétrica, manutenção de elevadores e ar-condicionado e a empresa de TV a cabo."Cortamos os custos fixos para o mínimo possível. Mas, com o hotel aberto ou fechado, esses custos continuam. Então, com a abertura, esperamos chegar a um equilíbrio com as receitas", diz o gerente.

Todas as áreas voltadas para os funcionários, como vestiários e refeitórios, foram reformuladas. Os funcionários receberam novos uniformes, que devem ser usados apenas no hotel — eles não podem ir para casa uniformizados, por exemplo.

Parte desses protocolos de segurança veio das experiências internacionais da rede dona do Wyndham Olímpia Royal Hotels. A Wyndham Hotels & Resorts é uma das maiores redes hoteleiras do mundo, com 9.300 hotéis em cerca de 90 países e aproximadamente 828.000 quartos — são 1.500 hotéis só na China, foco do surgimento do coronavírus. Na América Latina, são mais de 40 hotéis com a marca Wyndham.

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