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O plano da SulAmérica para os R$ 3 bilhões que virão da Allianz

Capitalizada, empresa vai focar em segmentos como seguros de saúde e odontológicos, com possibilidades de aquisições

Sede da seguradora SulAmérica, em São Paulo (SulAmérica/Divulgação)

Sede da seguradora SulAmérica, em São Paulo (SulAmérica/Divulgação)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 28 de agosto de 2019 às 06h00.

Última atualização em 28 de agosto de 2019 às 06h00.

A seguradora SulAmérica deve embolsar 3 bilhões de reais nos próximos meses, após transação anunciada na semana passada, pela qual a companhia vendeu sua divisão de seguros automotivos e ramos elementares para o grupo alemão Allianz. Com essa montanha de dinheiro, a SulAmérica ganha fôlego para se fortalecer em um mercado aquecido: o de seguros de saúde.

O plano da seguradora agora é focar sua atuação em seguros para pessoas, abrindo mão dos seguros de sinistros. Hoje, 76% da receita da SulAmérica vem de seguros de saúde e odontológicos. Além deles, há o seguro de vida, previdência e gestão de ativos, que representam 9% do negócio. A parte de seguro de automóveis e ramos elementares (que oferecem garantia em caso de perdas e danos sobre objetos ou pessoas) responde hoje por 15% do faturamento da SulAmérica.

A compra ainda precisa ser aprovada por órgãos reguladores, o que pode levar até 12 meses. Quando chegar, o dinheiro da venda deve ser direcionado à expansão da SulAmérica, principalmente nos negócios de saúde. “O setor de saúde vem ganhando concorrentes de peso nos últimos anos. Esses recursos vão nos trazer vantagem competitiva, seja para desenvolver nossa força de vendas e novas ferramentas, seja para avaliar oportunidades de aquisição”, afirma o diretor financeiro da companhia Ricardo Bottas.

No campo das aquisições, o foco está principalmente na compra de carteiras que permitam a preservação da rentabilidade. O modelo de negócio da SulAmérica é não verticalizado, ou seja, a companhia não possui hospitais próprios. A ideia é continuar assim. Portanto, aquisição e construção de hospitais não estão no radar, afirma Bottas.

Um segmento em que a SulAmérica tem uma atuação forte e que pode ganhar tração é o de seguros odontológicos. A companhia comprou a operadora de seguros odontológicos Prodent no final do ano passado por 145 milhões de reais. “Só 11% da população brasileira tem seguro odontológico, é um produto com baixa penetração, no qual podemos ganhar muito com aumento da escala”, afirma Bottas. O crescimento no segmento, porém, deve ser principalmente orgânico, já que a Prodent era a última grande oportunidade de aquisição no setor, na avaliação do executivo.

Outras divisões da companhia, como previdência e gestão de ativos também devem ganhar fôlego. Com a operação focada em seguros e serviços focados em pessoas, um ponto importante será encontrar sinergias entre os serviços oferecidos pela companhia. “Estamos direcionados para que todo investimento em inovação, digitalização, utilização de dados e ferramentas de analytics traga melhor uso de informação para os nossos serviços como um todo”, diz.

A venda da parte de seguros automotivos vem três meses após a venda da operação de capitalização para a Icatu, por 100 milhões de reais. A SulAmérica teve receita de 20,5 bilhões de reais em 2018, com lucro de 905 milhões de reais, alta de 17% em relação ao ano anterior.

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