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Novo leilão da Varig é marcado para 12 de julho

Justiça do Rio de Janeiro determina que interessados devem apresentar carta-fiança comprovando capacidade de pagamento para evitar fiasco do primeiro leilão

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

O juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, convocou uma nova assembléia de credores da Varig para o dia 10 de julho, para que a proposta de compra apresentada pela sua ex-controlada VarigLog seja avaliada. Caso a oferta seja aprovada, um novo leilão de venda da aérea será marcado para o dia 12 de julho. Ayoub afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a operação precisa ser aprovada antes pelos credores porque difere muito das demais propostas analisadas na última assembléia.

Apesar de o leilão estar condicionado à aprovação pelos credores da nova proposta da VarigLog, não está excluída a possibilidade de que outros grupos disputem o controle da Varig. Mas, para evitar o fiasco do mês passado, quando a Justiça cancelou a venda da empresa para a Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) porque a organização não conseguiu levantar os recursos para quitar a oferta - 1,01 bilhão de reais - o novo edital trará novas exigências. Os interessados deverão apresentar uma carta-fiança que comprove sua capacidade de pagamento, caso vençam a disputa.

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Outra exigência é que realizem um depósito judicial de 22 milhões de dólares, ao câmbio do dia, até 24 horas antes do leilão. O depósito será usado para indenizar a VarigLog, caso outro grupo vença a disputa pela aérea. O motivo é que a companhia de transporte aéreo ofereceu à sua ex-controladora uma linha de crédito de 20 milhões de dólares, para que a Varig continue operando até o leilão. Até o momento, a VarigLog já injetou cerca de 7 milhões nas operações da Varig.

Concorrentes

A VarigLog, controlada pelo fundo americano Mattlin Patterson e por empresários brasileiros, pode não ser a única a participar do leilão da próxima semana. Uma proposta de compra da Varig está em elaboração pela consultoria americana Cinzel Partners, a pedido de investidores brasileiros e dos Estados Unidos.

De acordo com o diretor da consultoria no Brasil, Marcelo Bastos, o grupo de investidores projeta aplicar cerca de 600 milhões de dólares na companhia aérea, entre o pagamento de ativos e a injeção de recursos para continuar as operações. Segundo Bastos, o modelo de negócios em estudo pretende inverter a lógica das atuais propostas, que se concentram na quitação dos débitos por meio dos recursos angariados no leilão. Para o executivo, o mais adequado é "trazer investidores para a nova companhia para que esta decole, faça sucesso, ganhe dinheiro e, com isso, gere um fluxo de recursos para a velha [companhia, que ficará com as dívidas] pagar os credores".

Se o consórcio representado pela Cinzel vencer a disputa com a VarigLog, a Varig passará a ser presidida por Roberto Procópio de Lima Netto, ex-dirigente da Companhia Siderúrgica Nacional. Outros antigos executivos da CSN também seriam chamados para salvar a empresa.

A proposta inicial da VarigLog era pagar 485 milhões de dólares por 90% das ações da Varig Operacional (empresa criada a partir do desmembramento da atual companhia e que ficaria apenas com a operação das rotas nacionais e internacionais, sem arcar com a dívida de quase 8 bilhões de reais que pesa sobre a companhia). Os credores da atual Varig ficariam com 5% da nova Varig. Na última quinta-feira (29/6), a Justiça do Rio demonstrou dúvidas sobre a real capacidade de a operação proposta pela VarigLog sanar as dívidas bilionárias da empresa aérea.

A ex-subsidiária da Varig está refazendo sua proposta. De acordo com a assessoria de imprensa da Justiça do Rio, a nova proposta da VarigLog estará disponível para consulta a partir de amanhã (4/7).

Com informações da Agência Brasil.

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