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Eletrobras teve queda de R$2,3 bi na receita do 1º semestre

A estatal teve redução de receita de 2,3 bilhões de reais no primeiro semestre do ano devido ao déficit de geração hidrelétrica


	Linhas de transmissão da Eletrobras: discussões sobre uma solução para o déficit hidrelétrico devem ter "final feliz", segundo diretor da estatal
 (Adriano Machado/Bloomberg)

Linhas de transmissão da Eletrobras: discussões sobre uma solução para o déficit hidrelétrico devem ter "final feliz", segundo diretor da estatal (Adriano Machado/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 19 de agosto de 2015 às 21h52.

São Paulo - A Eletrobras registrou redução de receita de 2,3 bilhões de reais no primeiro semestre do ano devido ao déficit de geração hidrelétrica, disse nesta quarta-feira o diretor financeiro da estatal, Armando Casado, durante apresentação a analistas e investidores em São Paulo.

Ele avaliou que discussões sobre uma solução para o déficit hidrelétrico devem ter "final feliz", por envolverem todo o setor, ao contrário do que aconteceu na renovação de concessões de hidrelétricas e linhas de transmissão. Na véspera, o governo publicou a Medida Provisória 688 visando solucionar o problema das perdas das empresas decorrentes da seca dos últimos dois anos.

Casado ressaltou que as dúvidas deixadas pela MP devem ser equacionadas apenas na audiência pública aberta pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre o tema.

"A MP estabeleceu alguns parâmetros, mas se você olhar bem para ela, remeteu tudo para a audiência pública", explicou Casado, que responde também pela área de relações com investidores da estatal.

O diretor disse duvidar que alguma elétrica já tenha uma decisão sobre aceitar ou não o apoio oferecido pelo governo, que é opcional, e tem como contrapartida a exigência de que as empresas retirem ações judiciais que as protegem de novas perdas com o déficit.

INVESTIMENTOS

A MP 688 também estabeleceu novas regras para os leilões de hidrelétricas antigas cujas operadoras decidiram não renovar antecipadamente as concessão que venceriam em 2017, conforme proposto pelo governo no final de 2012.

A Eletrobras teria diversas vantagens para disputar usinas nesse leilão, segundo Casado, por ter bases operacionais em praticamente todo o país, mas a participação será avaliada frente à delicada situação financeira da estatal, que ainda sofre efeitos da abrupta redução de receitas pós-2013. "Por enquanto não temos nenhuma estratégia definida para isso. Estamos com muito cuidado para voltar ao mercado para investir, estamos olhando nossa situação financeira, fazendo um ajuste", apontou Casado.

A renovação antecipada de concessões em troca de uma remuneração menor pelos ativos, realizada em 2013, causou uma perda de receita anual de cerca 8 bilhões para a estatal.

A Eletrobras deverá investir neste ano entre 75 e 80 por cento dos 14,5 bilhões do orçamento para 2015, ficando próximo do nível histórico de execução orçamentária da companhia, disse Casado.

TAPAJÓS

Uma obra que já está no radar da empresa, no entanto, é a megahidrelétrica de São Luiz do Tapajós, maior projeto do plano de investimentos em energia elétrica anunciado pelo governo na semana passada. Com 8 mil megawatts, a usina teve orçamento estimado em mais de 25 bilhões de reais pelo Ministério de Minas e Energia.

"A Eletrobras está se preparando para entrar no (leilão da usina de) Tapajós. Ela está em todos projetos estruturantes, tem um know-how grande sobre isso", garantiu Casado.

O executivo disse que acredita que aos poucos estão sendo colocadas condições para aumentar a atratividade dos investimentos no setor elétrico, como a agilização das licenças ambientais, a revisão de taxas de retorno e a própria solução para o déficit hidrelétrico.

"O desenvolvimento das concessões tem que se dar pelo mercado e com players de mercado, e tem que ter atratividade, e estão sendo colocadas as condições", disse Casado.

Segundo ele, o limite de 50 por cento de participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nas novas hidrelétricas, incluindo Tapajós, não deverá inviabilizar o empreendimento.

"Estão sendo criadas estruturas de financiamento...para o setor começar a ter outras fontes de longo prazo."

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