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“Não vão conseguir me quebrar”, diz dono da Dolly sobre acusação de fraude

Em entrevista à EXAME, Laerte Codonho afirma que tem sofrido "sabotagem" da concorrência

Laerte Codonho, fundador da Dolly: bloqueio de bens e recuperação judicial da empresa (Felipe Rau/Estadão Conteúdo)
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Juliana Estigarribia

Publicado em 27 de outubro de 2020 às 18h55.

Última atualização em 27 de outubro de 2020 às 19h18.

Em mais um episódio envolvendo a Justiça e Laerte Codonho , dono da marca de refrigerantes Dolly , o empresário se diz "perseguido por procuradores" e pela concorrência. Ele responde a processo, como responsável solidário, do governo do estado de São Paulo contra a fabricante de refrigerantes Ragi, que prestava serviços para a Dolly.

Em entrevista à EXAME, Codonho afirma que a "concorrência" está por trás das acusações e que irá processar os procuradores depois de conseguir provar que não tem sequer responsabilidade solidária na ação.

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"Só estão fazendo isso porque minha empresa está indo muito bem. Não vão conseguir me quebrar", disse o empresário.

O caso voltou a ganhar destaque após reportagem veiculada pela coluna de Rogério Gentile, no portal UOL. Segundo o texto, a Justiça teria encontrado apenas 16 reais em uma das contas de Codonho. O empresário afirma, contudo, que o fato ocorreu há cerca de três meses. "Bloquearam muito mais do que isso das minhas contas, centenas de milhões de reais em bens."

A Ragi é uma terceirizada de refrigerantes que prestava serviços para a Dolly e, segundo Codonho, foi acusada de não entregar documentos e livros fiscais solicitados para o fisco, o que não configura crime de sonegação. A multa, atualizada, devida ao estado é de 42,4 milhões de reais.

"A Ragi não é minha, eu não tinha ideia desse processo", alega o empresário, acrescentando ter tomado conhecimento nesta terça-feira, 27, de que a Raji entregou de fato os livros — embora não tenham ligação além do fornecimento de serviços.

Codonho afirma que, diante da comprovação da entrega dos livros, ficará provado não só que ele não é responsável solidário no processo como não há crime de sonegação. "Esse auto vai cair."

Recuperação judicial

A Dolly entrou em recuperação judicial em 2018. Naquele ano, dívidas atribuídas às empresas de Codonho com a União, estimadas em aproximadamente 1,5 bilhão de reais, levaram ao bloqueio de suas contas e até à sua prisão.

Em dezembro de 2019, porém, os juízes Eduardo Rocha Penteado, da 14ª Vara Federal em Brasília, e Carlos Loverra, da 1ª Vara Federal em São Bernardo do Campo, São Paulo, transformaram a Dolly de devedora em credora de impostos federais, no valor aproximado de 200 milhões de reais.

Ainda em junho do ano passado, a 3ª Vara do Trabalho de Diadema, São Paulo, condenou o contador Rogério Raucci, acusado por Codonho de dar um golpe de mais de 100 milhões de reais contra a Dolly. Raucci fazia a contabilidade do grupo e teria alterado guias de impostos e sentenças trabalhistas, usando documentos falsos para justificar desfalques aplicados à fabricante.

Codonho afirma que apesar de tudo isso, o desempenho de sua empresa não poderia ser melhor. "A Dolly está indo muito bem, não tenho medo de estrangeiro", diz o empresário. "O processo de recuperação judicial deve ser aprovado no prazo previsto."

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