Na nativa digital BAW, jornada rumo ao offline define futuro da marca
Nos planos da BAW Clothing, marca de moda urbana do grupo Arezzo&Co, está a abertura de pelo menos oito lojas nos próximos meses; primeiras inaugurações acontecem neste mês de novembro
Maria Clara Dias
Publicado em 3 de novembro de 2022 às 18h03.
Última atualização em 3 de novembro de 2022 às 18h25.
A BAW Clothing tem provado há anos a tese de que é possível viver do digital. Nativa no ambiente online, a marca de streetwear (termo para roupas urbanas, por assim dizer), tem ganhado espaço com site próprio e presença ativa nas redes sociais. Apenas no Instagram, a BAW tem mais de 1 milhão de seguidores.
O bom desempenho é resultado de uma curadoria apurada de conteúdo que começa pela seleção criteriosa de influenciadores a estamparem a logotipo da marca. Na lista de celebridades que divulgam massivamente as peças da BAW na internet estão atrizes, cantoras e personalidades com alguma influência como Bruna Marquezine, Linn da Quebrada e Isabella Scherer, vencedora do programa culinário MasterChef Brasil.
Agora é hora de testar a fórmula fora da internet. A marca inaugura neste mês duas novas lojas físicas em São Paulo e no Rio de Janeiro, como uma tentativa de ganhar também o varejo offline. Os lugares escolhidos foram o Morumbi Shopping e Barra Shopping, respectivamente.
A marca, que já tem duas lojas na capital paulista, vê o movimento como uma herança dos novos tempos pós-compra — a BAW foi adquirida em 2021 pelo grupo Arezzo&Co por R$ 105 milhões.
A chegada a shopping centers também é uma novidade para a BAW, mas um esforço necessário ao integrar um grupo hoje detentor de e que mira de maneira ambiciosa nos segmentos de lifestyle e streetwear.
Atualmente, o varejo físico representa cerca de 10% nas receitas totais da BAW. Com a expansão dos próximos meses, a intenção é triplicar essa participação. Até 2024, a marca quer também chegar a mil pontos de venda em lojas multimarcas.
"É uma questão natural para nós. Queremos traduzir o novo momento do varejo que exige por mais experiências físicas e conexão com os consumidores", diz Bruno Karra, CEO da BAW.
História da BAW
Fundada em 2014 pelos irmãos Bruno e Lucas Karra, a BAW começou como um tímido e-commerce de camisetas. No portfólio estavam apenas peças pretas e brancas (daí o nome BAW — de black and white), que atendiam a diferentes gêneros. Com o tempo, a marca expandiu suas estampas, cores e passou a dedicar-se ao público da geração Z, com novos produtos como camisas, moletons e calças.
Em 2021, a BAW Clothing foi adquirida pelo grupo Arezzo&Co por R$ 105 milhões.
Desde então, a marca manteve certa independência, tanto nos processos criativos quando na própria identidade da marca. "Somos bem autônomos, mas com a diferença de termos agora uma máquina gigante por trás que nos impulsiona a crescer sempre mais", diz. "É a estrutura que precisávamos para manter o ritmo. Não tínhamos a governança e agora, com a Arezzo, temos".
Segundo Karra, a BAW cresceu 46% entre 2021 e 2022.
Planos para 2023
Para o próximo ano, a intenção é mais que dobrar a aposta no varejo físico. Nos planos da BAW estão pelo menos seis inaugurações de lojas próprias, e um trabalho reforçado no universo das multimarcas. Atualmente, a BAW ocupa gôndolas de algumas lojas multimarcas ligadas ao universo streetwear e de moda urbana.
A proposta é conseguir manter o equilíbrio entre o desejo de rápida expansão e o cuidado para escolher as lojas que traduzam a essência da marca, explica Karra. "Nosso posicionamento será mantido, assim como o nosso DNA", diz. "Esperamos um aumento de 50% nas vendas e uma expertise muito maior no varejo físico", diz.
LEIA TAMBÉM
Como o Grupo Boticário conseguiu, em 3 anos, dobrar a receita da Beleza na Web para R$ 1 bilhão
Eles sofreram preconceito ao criar uma cerveja ligada ao skate. Hoje, faturam R$ 60 milhões