MPF de SP vai investigar operações com cartões de crédito do Panamericano
Do rombo total de 2,5 bi, 400 milhões tiveram origem nos cartões
Da Redação
Publicado em 17 de novembro de 2010 às 14h18.
São Paulo - A investigação do rombo no Banco Panamericano aponta, além de problemas contábeis, a suspeita de que pode ter havido desvio de dinheiro nas operações com cartões de crédito. Durante a investigação, diretores já demitidos admitiram que financiavam o saldo de devedores dos cartões em valores superiores à dívida real. Assim, o dinheiro que saía do caixa do banco era superior ao que os clientes financiavam. Do rombo total de R$ 2,5 bilhões do Panamericano, R$ 400 milhões tiveram origem nos cartões.
Ontem, o Ministério Público Federal em São Paulo recebeu a notificação do Banco Central para investigar o caso. Também ontem, a Polícia Federal (PF) informou que abriu investigação. Internamente, as irregularidades serão apuradas pela nova diretoria e pela PriceWaterhouseCoopers, auditoria indicada pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que emprestou os R$ 2,5 bilhões para Silvio Santos salvar o Panamericano.
Um dos obstáculos que os investigadores vão encontrar é que o setor de cartões de crédito no Brasil vive uma espécie de limbo jurídico. Nenhum órgão de governo é responsável pela fiscalização da área. Além disso, a administradora de cartões do Panamericano não está subordinada ao banco. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.