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Morre Carlos Alberto de Oliveira Andrade, fundador do grupo Caoa

Empresário criou companhia de faturamento bilionário; velório e sepultamento serão realizados neste sábado, em São Paulo

Carlos Alberto de Oliveira Andrade, fundador do Grupo CAOA, morre aos 77 anos (Lia Lubambo/EXAME/Exame)

Carlos Alberto de Oliveira Andrade, fundador do Grupo CAOA, morre aos 77 anos (Lia Lubambo/EXAME/Exame)

CA

Carla Aranha

Publicado em 14 de agosto de 2021 às 10h28.

Última atualização em 14 de agosto de 2021 às 11h15.

O médico Carlos Alberto Oliveira de Andrade, fundador do Grupo Caoa, morreu neste sábado, 14, aos 77 anos. “Dr. Carlos estava com a saúde debilitada e faleceu durante o sono ao lado de sua esposa e filhos”, afirmou a diretoria da empresa em nota. A companhia continuará a ser administrada pelos atuais executivos.

“Perdemos hoje um grande brasileiro, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, empresário com notável espírito empreendedor, inquieto e que nunca se furtou a enfrentar novos desafios”, disse Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). “Deixa como legado uma valiosa contribuição ao país pelo exemplo de sua bem-sucedida trajetória empresarial e os milhões de empregos que gerou ao longo da vida”.

O velório será realizado neste sábado no Cemitério do Morumbi a partir das 14h30, seguido do sepultamento às 17h30.

Formado em Medicina pela Universidade Federal de Pernambuco, o empresário era conhecido pela fala mansa e o sorriso fácil de ótimo negociador.  Sua trajetória no mercado de venda de automóveis começou quando ainda era cirurgião em Campina Grande (PB) e decidiu comprar um Ford Landau.

Nesse momento, o faro para os negócios se tornou evidente. A concessionária com a qual Landau tratou a venda faliu e acabou não entregando o automóvel. Diante da promessa de que o dinheiro seria devolvido quando a loja fosse vendida, Andrade não pensou duas vezes e assumiu o negócio.

Não era a primeira vez, no entanto, que o espírito empreendedor se revelava. Vindo de uma família de 17 irmãos, na adolescência, Andrade vendia café aos clientes de um empório de secos e molhados de seu pai. Depois, comprou um Gordini Dolfini, carro de classe média da época, e virou sócio de uma frota de táxi. Mas o amor pela medicina acabou falando mais alto e Andrade se tornou um dos primeiros cirurgiões gástricos da Campina Grande, na Paraíba. 

À frente do grupo Caoa, costumava aceitar qualquer tipo de pagamento no início, fossem cabeças de gado ou automóveis usados. A estratégia começou a atrair cada vez mais clientes e a concessionária não demorou a se tornar conhecida.

 Inicialmente, a empresa se dedicou à distribuição de veículos para então entrar na produção, com a montagem de modelos da Hyundai em Anápolis, Goiás. No final do ano passado, a compahia deu iníco a uma nova fase de expansão, ao realizar um investimento de 1,5 bilhão de reais para renovar seu portfólio e expandir a rede. Também passou a oferecer o serviço de carro por assinatura.

Outro salto de crescimento aconteceu em 2018, quando a empresa começou a trabalhar com a marca Chery. O grupo abriu 42 lojas em apenas 10 meses para distribuir a Caoa Chery, com investimento próprio. Até o final deste ano, a projeção é chegar a 150 pontos de vendas no país. Com a criação da Caoa Chery, foram gerados quase 2.000 empregos diretos e cerca de 20.000 postos de trabalho indiretos, segundo a empresa. 

Andrade, que exercia o cargo de presidente do conselho, costumava ir à companhia pelo menos uma vez por semana, às terças-feiras, quando se encontrava com o atual CEO, Mauro Luis Correia, que permanece à frente do negócio.

 

 

 

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