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Microsoft age nos bastidores contra o Google, diz Wall Street Journal

Empresa de Bill Gates realiza "campanha silenciosa" para impedir que a rival receba aprovação quanto à compra de uma terceira companhia

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

Líder mundial no mercado de softwares, a americana Microsoft tem agido nos bastidores para minar a conclusão do negócio entre a concorrente Google e a companhia de publicidade online DoubleClick, afirma na edição desta segunda-feira (24/09) o periódico nova-iorquino Wall Street Journal.

Segundo o jornal, a ação da Microsoft ocorreu a partir da contratação da empresa de relações públicas Burson-Marsteller para executar uma "campanha silenciosa" destinada a convencer anunciantes, reguladores da rede mundial e empresas de internet a se oporem à aquisição.

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Anunciada em abril deste ano, a compra da DoubleClick foi fechada em contrato por 3,1 bilhões de dólares, em espécie. A absorção da companhia é uma estratégia para o Google expandir sua atuação no mercado de anúncios online, mas segundo o próprio WSJ noticiou na época, a DoubleClick também estava na mira da Microsoft.

Desde que ganhou esta etapa da competição com a rival, o Google tem tentado obter autorização dos órgãos de defesa da concorrência econômica, tanto nos Estados Unidos quanto na Europa, como etapa final para oficializar o processo. Antes mesmo de a empresa americana abrir pedido de análise do negócio, a Comissão Européia, órgão equivalente ao Cade brasileiro, já havia iniciado pesquisa com os usuários para identificar se a medida poderia ser prejudicial à livre competição.

Aproveitando-se desse período de análise quanto ao impacto da aquisição sobre o setor, a Microsoft encarregou a Burson-Marsteller de abordar executivos de mais de 100 companhias de publicidade e negócios ligados a internet, para sugerir a eles que se tornassem signatários de uma petição "por uma internet mais transparente e competitiva". O e-mail citava a compra da DoubleClick como exemplo de possível risco, pelo aumento da presença do Google no setor, e encaminhava os destinatários a uma página na internet onde podiam assinar a petição ou participar de um fórum de discussões sobre o tema.

Funcionários do próprio Wall Street Journal receberam e-mails da Burson- Marsteller sugerindo que eles fizessem reportagens sobre "o quanto se conhece pouco de como o Google lida com as informações pessoais dos clientes ". Em nenhum dos contatos, porém, a empresa cita que está a serviço da Microsoft -afirma apenas que representa "um movimento amplo do setor".

Procurada pelo WSJ, a Microsoft admite ter contratado a Burson-Marsteller e afirma não ser segredo que a empresa preocupa-se com a "concentração de mercado que pode resultar desse negócio (a aquição da DoubleClick)". A Burson, por sua vez, afirma ter comunicado aos profissionais que receberam o e-mail o fato de a Microsoft ser parte do grupo de discussões quanto ao tema. O Google, por fim, preferiu não comentar as críticas, segundo o periódico inglês, mas afirmou que a aquisição não traz riscos à competição.

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