Metaverso: O plano de Zuckerberg para dominar o futuro da internet
Em meio a escândalo, rede social anunciou a criação de 10 mil empregos com objetivo de criar o metaverso, onde real e virtual se fundem
Mariana Desidério
Publicado em 18 de outubro de 2021 às 14h25.
Última atualização em 18 de outubro de 2021 às 14h35.
Em meio a um dos maiores escândalos de sua história, a rede social Facebook anunciou hoje o plano de criar 10 mil empregos na União Europeia nos próximos cinco anos, com o objetivo de criar o metaverso -- a grande aposta de Mark Zuckerberg para o futuro da internet e do próprio Facebook.
O metaverso é um universo onde o real e o virtual se fundem por meio de serviços e aparelhos que usam tecnologias como a realidade aumentada. “O metaverso tem o potencial de ajudar a destravar o acesso a novas oportunidades criativas, sociais e econômicas”, disse o Facebook em comunicado.
Na visão de Zuckerberg , o metaverso é a nova geração da internet e o próximo capítulo da história do Facebook, conforme afirmou em uma conferência com investidores em julho.
“O metaverso é a expressão final da tecnologia social”, disse o empresário. “Acredito que o metaverso será o sucessor da internet móvel, e criar produtos do tipo é o próximo passo em nossa jornada para ajudar a construí-la”, afirmou em um post na rede social.
Se tudo der certo, a expectativa do criador do Facebook é que a empresa deixe de ser conhecida como uma rede social e se torne uma empresa de metaverso.
O primeiro exemplo concreto de um produto do Facebook com foco em metaverso são as Horizon Workrooms, plataformas de trabalho para reuniões que usa realidade virtual, por meio de óculos especiais. O serviço existe há cinco anos e já é usado por sete milhões de funcionários.
As vagas a serem criadas para o novo projeto serão focadas em pessoal altamente qualificado. O plano da rede social é investir 50 milhões de dólares nos próximos dois anos para a construção da internet do futuro.
Denúncias
O anúncio torna os planos futuros do Facebook mais palpáveis em um momento crucial para a companhia. Não à toa, a notícia chegou no mesmo dia em que a ex-funcionária do Facebook, Sophie Zhang, presta depoimento no parlamento britânico a respeito de práticas questionáveis adotadas pela empresa.
O depoimento faz parte de um dos maiores escândalos envolvendo o Facebook, desencadeado após a também ex-funcionária da empresa Frances Haugen ter entregue documentos reveladores ao The Wall Street Journal.
Dentre as revelações está a de que o Facebook sabia que o Instagram estava piorando problemas relacionados a imagens corporais entre adolescentes. Há ainda a suspeita de que o Facebook enganou investidores com comunicados que não correspondiam às ações internas da companhia.
As revelações levantaram críticas vindas de legisladores, reguladores e do público e colocam em xeque a rede social como a conhecemos. A ação do Facebook caiu 12% desde setembro, e Zuckerberg chegou a perder 6 bilhões de dólares em um único dia. Com o anúncio de hoje, o empresário deixa claro que já tem outras cartas na manga para manter a relevância da companhia no futuro.