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Comércio

Yalo compra brasileira Brandtone para digitalizar comércio de bairro

A startup de comércio conversacional, investida pelo cofundador do Facebook, quer se especializar na conexão entre grandes marcas e estabelecimentos menores

Javier Mata, fundador da Yalo: empresa tem mais de 1.000 empresas clientes em 41 países e foca no Brasil para crescer 
 (Yalo/Divulgação)
Javier Mata, fundador da Yalo: empresa tem mais de 1.000 empresas clientes em 41 países e foca no Brasil para crescer (Yalo/Divulgação)
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Carolina Ingizza

18 de outubro de 2021 às 16:08

A startup mexicana Yalo continua apostando suas fichas no Brasil. A empresa de comércio conversacional acaba de comprar 100% das operações da empresa brasileira Brandtone, especializada em ajudar grandes empresas de bens de consumo a se relacionar com o pequeno varejo na América Latina. O valor da transação não foi divulgado, mas a Brandstone havia recebido desde sua fundação em 2010 cerca de US$ 40 milhões em aportes de investidores como Unilever Ventures, Verlinvest e Syngenta Ventures.

Fundada em 2016 pelo empresário Javier Mata, a Yalo chamou atenção por ter sido a primeira companhia da América Latina a receber um investimento do B Capital Group, fundo de investimento criado pelo bilionário brasileiro Eduardo Saverin, um dos cofundadores do Facebook. Em maio deste ano, a startup recebeu um aporte de US$ 50 milhões em uma rodada série C para investir em expansão internacional: o objetivo era aprofundar sua presença na América Latina e no Sudeste Asiático. 

A Yalo atua em um mercado batizado de chat commerce, que já movimenta mais de US$ 35 bilhões por ano nos mercados emergentes e pode chegar a US$ 130 bilhões até 2025, segundo estudo da consultoria BCG. Ela é especializada em ajudar empresas a fazer vendas e atendimentos por aplicativos como WhatsApp, Messenger e Telegram. Entre seus mais de 1.000 clientes em 41 países, estão multinacionais como Coca-Cola, Nestlé, Unilever e Walmart.

O Brasil, por ser um dos líderes mundiais em uso de redes sociais, rapidamente se tornou um mercado importante para startup, que tem operações em toda a América Latina, Estados Unidos, Índia e Sudeste Asiático. Por aqui, por exemplo, a Coca-Cola utiliza a ferramenta para se comunicar com 500.000 comerciantes e processar os pedidos de encomendas de produtos – um trabalho que antes era feito manualmente por atendentes por telefone. Segundo o fundador, a ideia é levar as empresas para o canal em que o consumidor quer ser atendido.

A aquisição da Brandtone, então, faz parte da estratégia da companhia de se fortalecer no mercado corporativo. Apesar de terem modelos de negócios parecidos, a startup brasileira adquirida não usa ferramentas digitais, como o WhatsApp, para fazer a ponte entre a indústria e o varejo. "Eles desenvolveram uma tecnologia de segmentação inteligente que ajuda a indústria a entender melhor os padrões de consumo das lojas, mas faziam isso usando sites e SMS", explica Javier Mata, fundador e presidente da Yalo ao EXAME IN.

Com a compra, o presidente da Bradtone, Andrés Stella, passará a comandar a área de bens de consumo da Yalo. Segundo Mata, as duas companhias já estão trabalhando em conjunto para migrar todas as soluções de segmentação de produto e recomendação da Brandtone para os sistemas de chat commerce da Yalo. O portfólio da brasileira, que conta com mais de 20 empresas de bens de consumo clientes na América Latina, entre elas Ambev, Unilever, Nestlé e BRF, também vai ser migrado aos poucos para a base da empresa mexicana.

Nas palavras de Mata, essa não foi a primeira aquisição da Yalo e também não será a última. A empresa adquiriu há 3,5 anos uma competidora no México que era especializada em soluções de fidelidade. Hoje, capitalizada com o capital da série C, a Yalo segue em busca de bons negócios que possam ajudá-la a conquistar a meta de ser uma grande fornecedora global de software.

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