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Mercado Livre lança programa de assinatura e acirra competição com Amazon

Companhia focada em e-commerce lança programa de fidelidade para usuários frequentes, com desconto em frete e streaming incluído

Mercado Livre: Empresa não foi batizada dessa forma à toa, diz o fundador  (Mercado Livre/Divulgação)

Mercado Livre: Empresa não foi batizada dessa forma à toa, diz o fundador (Mercado Livre/Divulgação)

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Karina Souza

Publicado em 1 de setembro de 2021 às 17h18.

Última atualização em 1 de setembro de 2021 às 17h30.

O Mercado Livre (MELI), uma das maiores companhias de e-commerce no Brasil, lança nesta quarta-feira, 1, um programa de fidelidade dentro do Mercado Pontos, em que usuários frequentes do site podem ter direito a benefícios como descontos no frete de produtos e assinatura gratuita do serviço de streaming Disney+.

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De acordo com as informações, enviadas em primeira mão para a EXAME, o benefício está disponível para todos os usuários do nível 6, descrito pela empresa como “alcançado por usuários mais frequentes do e-commerce e que utilizam a conta ou efetuam pagamentos via Mercado Pago”. A mensalidade para aproveitar os benefícios custa R$ 13,90 e dá frete grátis para compras acima de 79 reais. Abaixo desse valor, o desconto no valor do frete é de 45%. 

Do lado de benefícios além do e-commerce, os usuários que optarem pela assinatura também terão descontos nas assinaturas das plataformas HBO Max, Deezer e Paramount+.

O movimento da empresa acirra a disputa com a Amazon no Brasil. Vale lembrar que a companhia fundada por Jeff Bezos tem uma estrutura similar à da oferta lançada pelo Meli: por uma mensalidade fixa (R$ 9,90), usuários podem aproveitar descontos em frete e ter acesso ao Amazon Prime, serviço de streaming da empresa. 

Em números, o último trimestre pode mostrar o valor de uma estratégia como essa. As vendas de produtos na Amazon geraram receita de US$ 58 bilhões, alta de 15,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Enquanto isso, a receita de serviços -- que inclui assinaturas -- teve um salto de 42,3% e atingiu US$ 55,07 bilhões. 

Além disso, a venda de produtos no Prime Day, período exclusivo de vendas para assinantes, atingiram o recorde de 250 milhões de itens vendidos. Um horizonte nada mau para o Mercado Livre mirar -- ainda mais tendo em vista a penetração de mercado que a companhia conquistou em 20 anos de operação no Brasil.

E o streaming?

Ao mesmo tempo que o modelo de assinaturas é cada vez mais o escolhido por consumidores das gerações millenial e Z -- do que assistir na TV até que carro usar -- a ação também mostra que o aumento repentino de ofertas disponíveis para o consumidor está fazendo com que parcerias entre empresas e serviços sejam cada vez mais comuns.

Para citar um exemplo recente, é só lembrar da parceria da Deezer com a Globoplay e Tim, por exemplo. Hoje, assinantes do Globplay têm direito a um ano de assinatura grátis do stream de música. Ou seja, enquanto os streamings aproveitam a estrutura de grandes empresas para se promoverem, estas também “ganham” um novo público para fidelizar a partir da oferta desses serviços. 

No caso do Mercado Livre, a parceria com a Disney não vem à toa. O streaming da empresa foi o que apresentou o maior crescimento no país em 2021, segundo dados da JustWatch, consultoria que monitora esse mercado. 

Em seis meses, o serviço se tornou o terceiro mais consumido no Brasil, atrás da Netflix (que tem 31% de participação de mercado) e do Amazon Prime Video (que tem 24%). 

“Com este lançamento, buscamos oferecer aos nossos usuários uma proposta de valor diferenciada, com benefícios exclusivos e o melhor conteúdo, com um preço único. Para nós, é essencial que os usuários não só tenham acesso a novas alternativas de compra e venda online, mas também a um ecossistema abrangente com benefícios exclusivos ”, diz  Fernando Yunes, vice-presidente sênior e líder do Mercado Livre no Brasil.

Nesse caminho, o Mercado Livre já deu o primeiro passo. O que mais vem pela frente?

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