Big Mac, fritas e escândalo sexual: investigação sacode o McDonald's
Investigação interna do McDonald's mostra que ex-presidente da rede teve relações e guardou fotos de funcionárias. Rede quer milhões pagos em acordo
Da Redação
Publicado em 26 de agosto de 2020 às 11h18.
Última atualização em 26 de agosto de 2020 às 12h16.
A pandemia do novo coronavírus machucou o McDonald's , maior rede de hambúrgueres do planeta -- mas o pior parece ter ficado para trás. Depois de cair 37% entre fevereiro e março, as ações da companhia já se recuperaram e acumulam alta de 6% no ano. Com a maioria dos restaurantes reabertos nos Estados Unidos e em países como o Brasil, o pior pode ter ficado para trás. Mas uma crise interna segue sacudindo a companhia.
No início de agosto o McDonald's anunciou que estava processando seu ex-presidente, Steve Easterbrook, por supostamente ter cometido fraude e mentido em uma investigação interna contra ele. Em novembro a rede de restaurantes havia anunciado a demissão de Easterbrook por ter mantido uma relação consensual com uma funcionária (ferindo as regras internas da companhia), e nomeou Chris Kempczinski como seu sucesor.
O caso parecia encerrado. Mas em julho a companhia afirmou ter recebido anonimamente novas evidências, e que levariam a novas ações. A investigação interna então, segundo a empresa, teria revelado que o ex-CEO mentiu e destruiu informações sobre três outras relações sexuais que ele teria mantido com funcionárias antes da demissão.
Segundo as investigações, reveladas por veículos como a agência Bloomberg e o site CNBC, Easterbrook teria dúzias de fotos de mulheres nuas, incluindo de funcionárias da empresa, que foram tiradas entre 2018 e 2019, e enviadas de seu email corporativo para o email pessoal. Easterbrook teria deletado as fotos de seu celular.
Ainda segundo McDonald's, o ex-presidente teria aprovado "uma extraordinária quantia em ações, valendo centenas de milhares de dólares" para uma dessas funcionárias enquanto eles estavam envolvidos. Segundo o conselho de administração, a empresa não teria assinado um acordo de demissão com ele, incluindo pagamentos de milhões de dólares por possíveis objetivos a serem atingidos, se tivesse conhecimento desses casos. O acordo incluía 26 semanas de pagamentos para que ele não trabalhasse em uma companhia concorrente. Em 2018 o executivo recebeu 15,9 milhões de dólares. Agora, a empresa quer o dinheiro do acordo de demissão de volta.
Em paralelo, nos últimos meses a empresa está revisando suas práticas de recursos humanos para se certificar que casos como este não passem batido.
No último trimestre o McDonald's anunciou queda de um terço nas receitas por causa da pandemia. As incertezas no radar ainda levaram a empresa a não fornecer estimativa de resultados para os próximos trimestrese, e a afirmar que deve fechar definitivamente 200 restaurantes nos Estados Unidos. No Brasil, onde a empresa tem 1.025 unidades, as lojas já estão reabertas, mas o delivery e o drive-thru seguem como principais fontes de receita.