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Malan entra na guerra do varejo

Ex-ministro aposta que o aumento de crédito ao consumidor em 2004 ajudará na recuperação do Ponto Frio

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

A campanha publicitária recém-lançada pelo Ponto Frio - com o bordão "O Bonzão da Prestação" - faz parte da estratégia comandada pelo ex-ministro da Fazenda Pedro Malan, atual presidente do conselho de administração da empresa, para reerguer a rede varejista de eletroeletrônicos. "Acreditamos que haverá uma expansão no crédito para a pessoa física no próximo ano, o que deve ajudar o desempenho das empresas de varejo", afirmou Malan nesta quarta-feira (3/12) em entrevista ao Portal EXAME.

Malan faz parte da nova cúpula formada em setembro passado para comandar a rede varejista sediada no Rio de Janeiro. Com ele, assumiram também Francisco Gros, como vice-presidente do conselho, e Roberto Britto, como principal executivo da empresa. A mudança de comando do Ponto Frio tem o objetivo de reverter a situação da empresa. No ano passado, segundo o serviço Melhores & Maiores.com, o faturamento da rede foi de 1,2 bilhão de dólares, e o prejuízo, de 23,7 milhões de dólares (atualizados para valores do último dia 30 de novembro). Neste ano, o Ponto Frio registrou 4,7 milhões de reais de prejuízo até setembro, diante de um faturamento de 1,7 bilhão de reais.

A nova campanha publicitária, feita pela agência DM9/DBB, traz o pingüim, símbolo da rede, em uma versão modernizada e de apelo mais popular. A campanha foi reforçada pela contratação de uma apresentadora do canal de vendas Shoptime. Com o mote "O Bonzão da Prestação", o Ponto Frio tenta atingir uma clientela de baixa renda, público hoje mais cobiçado hoje pelas redes de varejo por representar a maior oportunidade de expansão para o setor. Hoje, o líder nesse mercado é a Casas Bahia.

Depois de brigar por anos pela liderança do setor, o Ponto Frio começou a se distanciar da líder no segundo lugar do ranking do varejo, com receita cerca de um terço inferior à da Casas Bahia. O faturamento da Casas Bahia em 2002 foi de 1,78 bilhão de dólares (segundo Melhores & Maiores.com) e, em 2003, é estimado ao redor de 5 bilhões de reais. A perda de fôlego parece ter sido agravada nos últimos anos devido às desavenças entre a controladora da empresa, Lily Safra, e seu acionista minoritário Simon Alouan, que deixou a presidência da varejista em maio deste ano.

Britto, vindo da cadeia supermercadista BomPreço, assumiu depois de a rede permanecer por quatro meses sem presidente. Alouan, que permanece no conselho, deixou a presidência do Ponto Frio após anos de desgaste com Lily, herdeira do fundador do Ponto Frio, Alfredo João Monteverde, seu segundo marido. A animosidade entre os sócios parece não ter causado grandes problemas ao desempenho do negócio enquanto o segundo marido de Lily, Edmond Safra, era vivo. Alouan era homem de confiança de Safra e fora indicado por ele para tomar conta da empresa da esposa. A relação de Alouan com Lily azedou tempos depois, devido aos problemas do executivo com um dos filhos de Lily que trabalhava no Ponto Frio. As desavenças entre os sócios parecem ter começado a afetar fortemente o desempenho do negócio após a morte de Edmond Safra, num incêndio em Mônaco, em 1999.

Malan afirmou que nem a venda do Ponto Frio nem a troca de seus acionistas são cogitadas neste momento. Essas hipóteses foram fortemente comentadas na ocasião da troca de comando da empresa. Segundo ele, os executivos da rede estão finalizando o orçamento do próximo ano e as ações táticas que deverão ser tomadas em médio e longo prazo. "Acredito em corrida de maratona com obstáculos."

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