Mais um escritório dos EUA entra com ação contra Petrobras
Ação coletiva visa recuperar perdas de investidores devido informações financeiras enganosas divulgadas pela Petrobras, segundo escritório
Da Redação
Publicado em 9 de dezembro de 2014 às 21h54.
Nova York - Mais um escritório dos Estados Unidos foi à Justiça contra a Petrobras .
O Rosen Law Firm anunciou que entrou com uma ação coletiva para recuperar perdas de investidores que aplicaram em American Depositary Receitps (ADRs), que representam ações da companhias brasileira e são listados na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), entre 20 de maio de 2010 e 21 de novembro.
A alegação do Rosen Law é semelhante com a de outro escritório, o Wolf Popper, que entrou com ação coletiva em uma Corte de Nova York ontem.
A Petrobras divulgou informações financeiras enganosas e falsas para seus investidores, destaca o comunicado, deixando de obedecer as leis do mercado de capitais dos EUA.
Os investidores interessados em participar da ação coletiva têm até o dia 6 de fevereiro de 2015.
"A Petrobras falhou em divulgar um alto nível de corrupção na empresa, incluindo um multibilionário esquema de corrupção e lavagem de dinheiro", destaca o comunicado do Rosen Law, que tem sede em Nova York. A empresa brasileira, assim como na ação do outro escritório, é acusada de superfaturar o valor de propriedades e equipamentos em seu balanço, por conta do pagamento de propina a terceiros.
O escritório cita ainda a prisão recente de ex-executivos importantes da Petrobras e a possibilidade de que a empresa tenha que fazer ajustes em seu balanço para reconhecer o valor inflado de contratos de construção.
O documento destaca que, por conta da divulgação das denúncias de corrupção na petroleira, os ADRs tiveram queda de 46% na NYSE desde setembro, o que prejudicou os investidores.
Segundo dados da consultoria Economática, a estatal perdeu 12 bilhões de reais no mês passado na bolsa brasileira, período no qual o Ibovespa recuou 1,14%. Boa parte da queda é atribuída aos maus resultados de 2013 apresentados pela empresa.
No final de fevereiro, o valor de mercado da estatal era de 172,8 bilhões de reais.
A cotação média do mercado, no entanto, ultrapassa a cifra de 2,40 reais e a diferença está preocupando o mercado, que não consegue entender como a estatal chegou a esse valor.
A fim de não aumentar a inflação, o governo tem segurado os preços e a estratégia tem impactado negativamente a petroleira. A estimativa do mercado é que a empresa tenha deixado de ganhar 1,1 bilhão por não repassar alta do petróleo.