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LVMH, dona da Louis Vuitton, anuncia compra da Tiffany por US$ 16 bilhões

Conglomerado francês ofereceu pagar US$ 135 por ação da Tiffany, em dinheiro

Tiffany: dona da Loius Vuitton comprou a rede de joalheria por 16 bilhões de dólares (Alex Tai/Getty Images)

Tiffany: dona da Loius Vuitton comprou a rede de joalheria por 16 bilhões de dólares (Alex Tai/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de novembro de 2019 às 07h21.

Última atualização em 25 de novembro de 2019 às 18h20.

Paris — A LVMH Moët Hennessy Louis Vuitton anunciou hoje o fechamento de um acordo definitivo para comprar a rede de joalherias americana Tiffany, por cerca de US$ 16,2 bilhões.

O conglomerado francês ofereceu pagar US$ 135 por ação da Tiffany, em dinheiro. A oferta inicial do conglomerado francês foi feita em outubro, por 120 dólares por ação.

Em comunicado, a LVMH disse que a aquisição vai reforçar sua presença nos Estados Unidos e no setor joalheiro.

A expectativa é que o negócio seja concluído em meados de 2020.

Essa é a maior aquisição do grupo LVMH, que é dono de 75 marcas, incluindo Bulgari, Louis Vuitton e Christian Dior. Suas marcas estão divididas em cinco diferentes mercados: vinhos e destilados, moda e produtos de couro, perfumes e cosméticos, relógios e joias, varejo e outros.

O grupo alcançou 46,8 bilhões de euros em vendas em 2018, quase 10 bilhões de euros a mais que há dois anos, e possui mais de 4.590 lojas em todo o mundo. e 156 mil funcionários.

Bernard Arnault assumiu o LVMH na década de 1980 quando o grupo ainda se chamava Boussac e estava à beira da falência, tendo sido comprado pelo governo francês. Na primeira metade de 2019, as vendas gerais do grupo francês subiram 12%, e o faturamento foi de 25,1 bilhões de euros, 15% maior que no primeiro semestre de 2018.

A boa fase do grupo LVMH em 2019 fez Arnault tornar-se o terceiro homem mais rico do mundo. Com 47,17% das ações do LVMH (e mais de 60% dos direitos de voto), o patrimônio de Arnault é de atualmente 100 bilhões de dólares, ante 86 bilhões de dólares de Warren Buffett.

Já a Tiffany, maior joalheria do mundo, faturou 4,4 bilhões de dólares no ano passado. "Por mais de 180 anos, Tiffany foi sinônimo de elegância, design inovador, fina habilidade e excelência criativa", diz o grupo francês em comunicado.

"Seus diamantes extraordinários são apreciados por gerações e seus lendários designs de jóias são a referência máxima no mundo global de jóias. Até a Tiffany Blue Box é reconhecida mundialmente como um ícone de refinamento e conveniência."

Por volta das 6h30 (de Brasília), a ação da LVMH subia cerca de 2,2% na Bolsa de Paris.

Potencial para expansão

A aquisição pode ajudar as duas companhias a expandir para novos territórios e segmentos.

“Há sinergias significativas em marketing e mercado imobiliário (lojas) que poderiam ser desbloqueadas”, escreveu o analista Edward Yruma, do banco americano KeyBanc, quando a primeira proposta foi feita, em outubro.

O negócio pode ajudar o grupo LVMH a expandir sua atuação no segmento de joias, assim como já aconteceu em outros negócios. A LVMH já comprou em 2011 a merca de jóias italiana Bulgari por 3,7 bilhões de euros, em um negócio que seu controlador, Bernard Arnault, chamou de “transformacional”.

Fundada em 1881, a Bulgari diversificou o portfólio de produtos de luxo da LVMH e, unindo seu renome à grande cadeia do grupo francês, conseguiu expandir sua atuação em mercados emergentes e na Ásia.

Pelo lado da Tiffany, a parceria com o LVMH poderia ajudá-la a expandir sua atuação para novos mercados fora dos Estados Unidos, sua terra-natal. O LVMH vem expandindo sua atuação na Ásia, sobretudo na China, que, em vista de seu alto crescimento econômico, tornou-se a galinha dos ovos de ouro do mercado de luxo no mundo. Segunda maior economia do mundo, a China vem puxando o crescimento de produtos de luxo nos últimos anos e já tem um terço desse mercado, segundo a consultoria Bain&Co.

A Tiffany não quer mais ser conhecida como uma marca de luxo. No início da semana, o presidente da empresa, Alessandro Bogliolo, disse que tenta evitar a palavra "luxo". No lugar, prefere que a Tiffany seja conhecida como uma marca "legendária". Com a aquisição bilionária, esse futuro pode estar próximo.

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