O mercado reagiu mal à notícia da possível demissão do presidente do Banco do Brasil, Antonio Francisco de Lima Neto, divulgada pelo jornal O Globo. Ao meio-dia desta quarta-feira, as ações ordinárias do banco estatal (BBAS3) despencavam 6,83% na Bolsa de Valores de São Paulo, cotadas a R$17,60. 

Segundo O Globo, o presidente Luiz Inácio da Silva teria demitido o principal executivo do Banco do Brasil, Antonio Francisco de Lima Neto, por estar insatisfeito com as taxas de juros cobradas pela instituição.

Em sua versão online, o jornal informa que Lima Neto já teria sido deposto do cargo nesta manhã, mas que o governo fará apenas à tarde o anúncio oficial. No lugar de Lima Neto deve assumir o atual vice-presidente de Cartões e Novos Negócios do BB, Aldemir Bendine. 

Desde o agravamento da crise, o governo vem pressionando as instituições financeiras para reduzirem o spread bancário, como é chamada a diferença entre o custo da captação do dinheiro por parte dos bancos e a taxa que estes cobram ao emprestar para empresas ou pessoas físicas.

Quanto maior o spread, mais caro fica tomar um empréstimo, o que acaba por desestimular os investimentos e o consumo - tudo o que o governo menos quer, numa fase de desaceleração econômica.

Em janeiro desta ano, o presidente Lula já havia determinado à equipe econômica que realizasse um estudo para explicar porque o spread se mantinha tão alto. Em reuniões com os presidentes de bancos estatais, como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES, o presidente também havia exigido que essas instituições liderassem a redução do spread.