Braskem vê lucro despencar, mas está otimista para o futuro
O lucro líquido consolidado da empresa foi de 281 milhões de reais, queda de 73% frente ao mesmo período de 2015
Luísa Melo
Publicado em 5 de agosto de 2016 às 19h05.
São Paulo - Apesar de ter apresentado um bom desempenho nas vendas, a Braskem viu seus ganhos despencarem no segundo trimestre.
O lucro líquido consolidado da empresa foi de 281 milhões de reais, queda de 73% frente ao mesmo período de 2015.
A receita líquida, porém, somou 11,8 bilhões de reais, um crescimento de 3% na comparação anual.
As perdas foram motivadas principalmente pela inclusão dos números do complexo petroquímico do México, joint venture com a Idesa, na demonstração de resultados da empresa.
Duas plantas da subsidiária começaram a funcionar em abril e uma terceira, em junho. Por isso, parte de seu resultado deixou de ser registrado como projeto e passou a ser considerado um segmento operacional reportável.
"O que acontece é que a operação ainda não gera resultado suficiente para pagar sua despesa financeira", explicou Pedro Freitas, vice-presidente de finanças e relações com investidores da petroquímica, em entrevista a jornalistas nesta quinta-feira (4).
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) da filial foi de apenas 7 milhões de reais entre abril e junho. Já seu resultado financeiro ficou negativo em 664 milhões de reais.
As plantas de polietileno da Braskem Idesa já trabalham com 32% de sua capacidade. No trimestre, elas produziram 83.000 toneladas de resinas. As vendas totais foram de 54.000 toneladas.
Até que a atividade aumente, os reflexos negativos sobre o lucro da Braskem ainda devem se estender.
"Até termos um trimestre normal, vai passar algum tempo. Esse processo de rump-up (evolução) da faixa de utilização (das fábricas) deve acontecer nos próximos meses e, com isso, a contribuição da joint venture para o resultado da Braskem vai crescer", disse Fernando Musa, presidente da companhia.
Outro ponto que teve influência sobre a queda do lucro foi a valorização do real.
"A Braskem carrega em seu balanço um caixa em dólar. E o dólar caiu 70 centavos do começo do ano até o fechamento do trimestre. Essa variação cambial gera uma despesa financeira que acaba reduzindo o lucro da companhia", comentou Freitas.
Outros indicadores
O Ebitda da Braskem chegou a 3,0 bilhões de reais no segundo trimestre, alta de 15% ante o mesmo período de 2015.
O número positivo foi possível, segundo a empresa, graças ao maior volume de vendas em todos os mercados em que opera e a melhores spreads (diferença entre os custos de produção e preço de venda) de polipropileno na Europa e Estados Unidos.
Também foram importantes a maior disponibilidade de matéria prima na central petroquímica (cracker) do Rio de Janeiro, o bom desempenho das subsidiárias dos Estados Unidos e Europa e a depreciação do real, que favorece as exportações.
A empresa continua apostando nas vendas de produtos para o exterior para compensar o mercado interno fraco.
As exportações a partir do Brasil totalizaram 454.000 toneladas de resinas de abril a junho, volume 21% maior do que o registrado em igual intervalo do ano passado.
Internamente, foram comercializadas 846.000 toneladas no perído, aumento de 7% na comparação anual. Com isso, a participação de mercado da empresa cresceu 3 pontos percentuais, segundo ela mesma.
De acordo com a companhia, no geral, a demanda por resinas no país avançou 3% no segundo trimeste, para 1,2 milhão de toneladas. Nos três meses anteriores, houve um recuo de 18% em 12 meses.
Por conta disso, ela revisou as expectativas para 2016. Agora, espera que o mercado tenha uma retração de 5,5% a 6% no ano, e não mais de 7%, como havia informado no trimestre passado.
Em relatório para divulgação do balanço, a empresa diz que segue com seu compromisso de crescimento sustentável e que continuará a "agir proativamente" em busca de oportunidades, "sem perder o foco na disciplina financeira".
Ao que tudo indica, os investidores também estão otimistas quanto ao futuro da Braskem. Apesar da queda significativa do lucro, as ações chegaram a valorizar quase 11% nesta quinta-feira.
São Paulo - Apesar de ter apresentado um bom desempenho nas vendas, a Braskem viu seus ganhos despencarem no segundo trimestre.
O lucro líquido consolidado da empresa foi de 281 milhões de reais, queda de 73% frente ao mesmo período de 2015.
A receita líquida, porém, somou 11,8 bilhões de reais, um crescimento de 3% na comparação anual.
As perdas foram motivadas principalmente pela inclusão dos números do complexo petroquímico do México, joint venture com a Idesa, na demonstração de resultados da empresa.
Duas plantas da subsidiária começaram a funcionar em abril e uma terceira, em junho. Por isso, parte de seu resultado deixou de ser registrado como projeto e passou a ser considerado um segmento operacional reportável.
"O que acontece é que a operação ainda não gera resultado suficiente para pagar sua despesa financeira", explicou Pedro Freitas, vice-presidente de finanças e relações com investidores da petroquímica, em entrevista a jornalistas nesta quinta-feira (4).
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) da filial foi de apenas 7 milhões de reais entre abril e junho. Já seu resultado financeiro ficou negativo em 664 milhões de reais.
As plantas de polietileno da Braskem Idesa já trabalham com 32% de sua capacidade. No trimestre, elas produziram 83.000 toneladas de resinas. As vendas totais foram de 54.000 toneladas.
Até que a atividade aumente, os reflexos negativos sobre o lucro da Braskem ainda devem se estender.
"Até termos um trimestre normal, vai passar algum tempo. Esse processo de rump-up (evolução) da faixa de utilização (das fábricas) deve acontecer nos próximos meses e, com isso, a contribuição da joint venture para o resultado da Braskem vai crescer", disse Fernando Musa, presidente da companhia.
Outro ponto que teve influência sobre a queda do lucro foi a valorização do real.
"A Braskem carrega em seu balanço um caixa em dólar. E o dólar caiu 70 centavos do começo do ano até o fechamento do trimestre. Essa variação cambial gera uma despesa financeira que acaba reduzindo o lucro da companhia", comentou Freitas.
Outros indicadores
O Ebitda da Braskem chegou a 3,0 bilhões de reais no segundo trimestre, alta de 15% ante o mesmo período de 2015.
O número positivo foi possível, segundo a empresa, graças ao maior volume de vendas em todos os mercados em que opera e a melhores spreads (diferença entre os custos de produção e preço de venda) de polipropileno na Europa e Estados Unidos.
Também foram importantes a maior disponibilidade de matéria prima na central petroquímica (cracker) do Rio de Janeiro, o bom desempenho das subsidiárias dos Estados Unidos e Europa e a depreciação do real, que favorece as exportações.
A empresa continua apostando nas vendas de produtos para o exterior para compensar o mercado interno fraco.
As exportações a partir do Brasil totalizaram 454.000 toneladas de resinas de abril a junho, volume 21% maior do que o registrado em igual intervalo do ano passado.
Internamente, foram comercializadas 846.000 toneladas no perído, aumento de 7% na comparação anual. Com isso, a participação de mercado da empresa cresceu 3 pontos percentuais, segundo ela mesma.
De acordo com a companhia, no geral, a demanda por resinas no país avançou 3% no segundo trimeste, para 1,2 milhão de toneladas. Nos três meses anteriores, houve um recuo de 18% em 12 meses.
Por conta disso, ela revisou as expectativas para 2016. Agora, espera que o mercado tenha uma retração de 5,5% a 6% no ano, e não mais de 7%, como havia informado no trimestre passado.
Em relatório para divulgação do balanço, a empresa diz que segue com seu compromisso de crescimento sustentável e que continuará a "agir proativamente" em busca de oportunidades, "sem perder o foco na disciplina financeira".
Ao que tudo indica, os investidores também estão otimistas quanto ao futuro da Braskem. Apesar da queda significativa do lucro, as ações chegaram a valorizar quase 11% nesta quinta-feira.