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Lego remonta o próprio modelo de negócios para lucrar

Dois anos depois de retomar as atividades no Brasil, a Lego, agora sem a parceria da Estrela, baixa preços e volta a ganhar mercado

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

Entre seus 75 anos de existência, os últimos cinco anos foram de instabilidade para a Lego. A crise financeira que se iniciou em 2002 teve seu auge em 2004, quando a marca registrou um prejuízo de 340 milhões de dólares. Uma grande reestruturação teve de ser feita para a gigante dos brinquedos voltar a gerar lucro. A missão foi delegada a Jorgen Knudstorp, primeiro presidente não vinculado à família fundadora. Knudstorp promoveu mudanças. Além de diminuir custos e o prazo de desenvolvimento de novos produtos, houve demissões e venda da divisão de parques temáticos- o que deu fôlego para a empresa continuar num mercado onde o tempo de infância diminuiu.

No Brasil, a Lego se desligou da maior fabricantes de brinquedos do país, a Estrela. A empresa suspendeu a importação de mercadoria e durante um ano passou a operar, somente, com o foco em seu retorno. As alterações foram feitas para ganhar mercado. Neste meio tempo, os brinquedos desapareceram gradualmente das prateleiras.

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Em 2005 a divisão brasileira firmou parceria com a M.Cassab, empresa que atua em diferentes áreas de negócios e não compete com a dinamarquesa. "Tínhamos a Estrela, mas ela nos ofuscava", diz Robério Esteves, diretor de operações da Lego no Brasil. Além disso, a empresa reposicionou seus produtos, com uma redução média de preços de 15%. As mudanças trouxeram resultados. Em 2006, as vendas cresceram 25% e a previsão é de que esse número cresça 15% em 2007.  preços dos produtos caíram 15% no Brasil. O desenvolvimento de novos produtos deu uma aparência mais moderna às linhas.

Os brinquedos, agora, não se limitam aos tijolinhos que permeiam a memória de adultos. A linha Lego Mindstorms Next, por exemplo, é destinada não só a crianças e foi desenvolvida em parceria com o Massachusetts Institute of Technology (MIT). Segundo pesquisa da empresa, 25% dos consumidores que compram esse produto assumem que é para uso próprio. É compreensível. O manancial de ferramentas robóticas é de impressionar. Por meio da tecnologia Bluetooth (a mesma que alguns celulares oferecem) é possível criar comandos para um robô de montar sem que ele esteja ligado a nada por fios. O robô possui memória flash e processador de 32 bits. Além de guardar diversos comandos, o produto reage com rapidez. O robô pode assumir a forma que seu criador desejar de uma forma extremamente didática. Quanto custa a brincadeira? Até 1.800 reais.

O maior desafio da empresa, segundo Esteves, é fazer com que as crianças escolham um produto Lego diante de todos as ofertas que ela dispõem (que não são poucas). "O encurtamento da infância não chega a ser impactante, mas tem reflexos se analisarmos em médio e longo prazos", diz.

No país, as linhas mais vendidas são a Bionicle, Lego City, Lego Racers e Exo-Force e Lego Duplo. O design das peças é mais arrojado e há acessórios como motor, mas a essência de encaixar e criar continua a mesma, segundo Esteves. "O brinquedo Lego é eterno, sua característica, a possibilidade de criar, agrada o ser humano".

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