Johnson & Johnson é condenada a pagar US$ 572 mi por opioides
Empresa foi condenada com multa por danos ao estado de Oklahoma, nos Estados Unidos, por seu papel na crise do vício em opioides
AFP
Publicado em 26 de agosto de 2019 às 19h39.
Em uma decisão histórica nos Estados Unidos , a multinacional americana Johnson & Johnson foi condenada nesta segunda-feira, 26, a pagar 572 milhões de dólares por danos ao estado de Oklahoma por seu papel na crise do vício em opioides.
A decisão pode afetar os rumos de outros quase 2 mil processos apresentados contra fabricantes de opioides em várias jurisdições do país.
O juiz Thad Balkman disse que os promotores demostraram que a J&J promoveu de forma enganosa o uso de analgésicos de receita médica que são altamente viciantes.
"Essas ações comprometeram a saúde e a segurança de milhares de pessoas de Oklahoma", disse.
Balkman afirmou que o laboratório Janssen, a divisão farmacêutica da J&J, adotou práticas de "propaganda enganosa e promoção de opioides", o que levou a uma crise de dependência desses analgésicos, mortes por overdose e um aumento das síndromes de abstinência neonatal neste estado americano.
"A crise dos opioides devastou o estado de Oklahoma e deve ser contida imediatamente", disse o juiz.
Os 500 milhões de dólares solicitados da J&J deverão ser usados para financiar programas de controle desta crise no estado.
A Janssen distribuiu o adesivo Duragesic (Fentanil) e os comprimidos Nucynta (Tapentadol), que não são os opioides mais populares do país.
O Oxycontin (Oxicodona), um dos mais populares, pertence ao laboratório Purdue, que fez um acordo de 270 milhões de dólares com o estado de Oklahoma, em vez de encarar os tribunais.
O laboratório israelense Teve também negociou um acordo de 85 milhões de dólares.