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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.
As ações da JBS-Friboi afundam nesta quinta-feira na Bovespa com a preocupação dos investidores com a queda das margens de lucro da empresa no Brasil. Às 16h04, os papéis ordinários (JBSS3) eram negociados a 8,24 reais, uma baixa de 3,63%, a maior do Ibovespa.
A empresa divulgou prejuízo líquido de 364 milhões de reais no segundo trimestre. O resultado, no entanto, é apenas contábil. Pela contabilidade brasileira, a empresa foi obrigada a lançar como prejuízo a redução do valor de seus investimentos no exterior com a desvalorização do dólar. Sem esse efeito contábil, a empresa teria registrado lucro de 137 milhões de reais.
Os ganhos foram puxados pelos resultados obtidos nos Estados Unidos, onde a Friboi conseguiu ganhar dinheiro pela primeira vez desde a aquisição da Swift, anunciada no ano passado. A margem Ebitda da unidade americana de bovinos cresceu de zero para 5,1% entre o primeiro e o segundo trimestre. Já a margem dos suínos subiu de 2,9% para 3,2%. Os balanços ainda não incluem os dados da National Beef e da SmithField Beef, compradas pela Friboi no começo deste ano. Segundo o presidente da empresa, Joesley Mendonça Batista, não há nenhuma indicação de que haverá problemas para a aprovação das aquisições por órgãos reguladores americanos.
O que assustou os investidores no balanço da Friboi foi a forte queda da lucratividade da empresa no Brasil. As margens caíram de 12,2% para 4,9% entre o primeiro e o segundo trimestre. E Batista prevê que a situação deva ser ainda pior entre julho e setembro. "O Brasil tem hoje o gado mais caro do mundo. (...) É impossível ter margens maiores com a arroba do boi a 50 dólares", afirmou.
A previsão pessimista contribuiu para arrastar também as ações de outros frigoríficos brasileiros. Às 16h04, os papéis da Marfrig operavam em queda de 1,90% e os da Minerva caíam 2,16%.
Aquisições.
Nesta quarta-feira, o banco UBS afirmou em relatório que a Friboi poderia aproveitar as dificuldades dos frigoríficos brasileiros para fazer aquisições. Batista afirmou nesta quinta que a empresa planeja manter a relação entre dívida líquida e Ebitda no patamar atual próximo a 3, mas não descartou aquisições no Brasil no próximo ano. Em 2008, a prioridade deve ser a integração das empresas compradas nos EUA.