JBS: balanço desta quarta-feira deve mostrar se empresa foi capaz de reverter os danos econômicos causados pela pandemia de covid-19 (Ueslei Marcelino/Reuters)
A maior processadora de carne do mundo, JBS, divulgou nesta quarta-feira, 24, o balanço do quarto trimestre de 2020. Entre os meses de outubro e dezembro, a frigorífica registrou lucro líquido de 4 bilhões de reais, um aumento de 65% ante 2019. O total do ano foi de 4,6 bilhões de reais, uma queda de 24,2% em comparação com o resultado do ano anterior.
Apesar da queda anual, o desempenho do quatro trimestre superou o visto no mesmo período do ano anterior. Foram 4 bilhões de reais no lucro líquido da empresa, ante 2,4 bilhões no quarto trimestre de 2019.
A dona das marcas Seara e Friboi registrou um EBITDA ajustado de 29,6 bilhões de reais no consolidado do ano. Um acréscimo de 48,7% quando comparado ao número registrado no ano anterior.
A JBS ainda registrou uma receita líquida consolidada de 76,1 bilhões de reais no trimestre, o que representa um aumento de 33,1% no comparativo anual, com todas as unidades de negócios registrando crescimento na receita em reais.
A empresa afirmou que no período, cerca de 75% das vendas globais foram realizadas nos mercados domésticos e 25% por meio de exportações.
Para a JBS, um outro fato entra na conta do desempenho financeiro: o comprometimento com métricas ESG (sigla para os critérios ambientais, sociais e de governança).
A transparência e a quebra dos vínculos com riscos ambientais passa a ser vital para um manter a fidelidade de investidores, especialmente na cadeia de commodities.
Segundo a empresa, os temas ambientais e de responsabilidade social são parte da estratégia, e as mudanças climáticas são “prioridade administrativa”.
Desde 2009, a companhia tem ampliado os esforços para monitoramento de fornecedores diretos de gado. Hoje, são 45 milhões de hectares monitorados pela empresa na região da Amazônia.
A JBS também criou recentemente o “Fundo JBS pela Amazônia”, que vai destinar 250 milhões de reais nos próximos cinco anos em projetos de conservação e recuperação do bioma.
Novos hábitos de consumo
Há um mês, a empresa disse cogitar a abertura de uma empresa voltada exclusivamente à proteína vegetal.
A alta na demanda de carnes e a mudança nas preferências de consumo farão com que a empresa, assim como rivais do setor, abraçem cada vez mais o uso de proteínas vegetais para substituição da carne animal.
A presença da JBS no mercado de carne vegetal no Brasil se dá pela Incrível, da Seara, que já tem 11 produtos. Já nos Estados Unidos, a empresa também tem 10 produtos à base de plantas em mais de 3 mil lojas sob a marca OZO.