Aeroporto: quarta maior empresa área do país vive impasse sobre seu futuro em meio a processo de recuperação judicial (Germano Lüders/Exame)
Da Redação
Publicado em 11 de abril de 2019 às 06h32.
Última atualização em 11 de abril de 2019 às 06h42.
“Os passageiros que têm voos com a Avianca Brasil a partir de sexta-feira devem entrar em contato com a companhia aérea para confirmar o status da viagem”. A mensagem, postada nas redes sociais da Floripa Airport, administradora do aeroporto de Florianópolis, é uma mostra de como a quinta-feira tende a ser um dia de incertezas para os passageiros da quarta maior companhia aérea do país.
Em recuperação judicial, a Avianca Brasil enfrenta crescentes dificuldades para manter a operação e, agora, precisa correr atrás de cerca de 100 milhões de reais para pagar dívidas acumuladas pelo não pagamento de taxas de embarque com administradoras de aeroportos Brasil afora. As taxas deixaram de ser pagas em dezembro de 2018.
Assim com a Floripa Airport, outras administradoras definiram sexta-feira como prazo para o pagamento. Estão entre elas a GRUAirport, de Guarulhos e a RIOGaleão, do Galeão. A Vinci Airports, de Salvador, e a Fraport Brasil, de Porto Alegre e Fortaleza, informaram que a Avianca Brasil fez o repasse antecipado das taxas para os voos desta quinta-feira, nova exigência para que a empresa seja autorizada a operar. Ou seja: a indefinição deve ser resolvida gota a gota, de 24h em 24h.
Em recuperação judicial desde o fim de 2018, a Avianca Brasil vive um impasse. A companhia negociou, inicialmente, a venda de aeronaves e autorizações de pouso e decolagem em aeroportos como Congonhas com a Azul. Mas a gestora americana Elliott, maior credora da companhia, ofereceu os ativos também às concorrentes Gol e Latam. Em meio às discussões, o plano de recuperação da empresa foi aprovado na semana passada prevendo a venda fatiada dos ativos em sete pedaços, o que abriu nova frente de disputa entre advogados.
Também há incertezas se o conselho de defesa da concorrência, o Cade, aprovaria a venda para Gol e Latam, líderes do mercado doméstico. E outro grupo de credores questiona a inclusão no plano de recuperação da AVB, holding que serviria para blindar o patrimônio dos controladores da empresa, os irmãos Efromovich. Em meio à incerteza, quem paga a conta são os passageiros.